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ÁUSTRIA | Extrema direita consegue anular processo eleitoral na Áustria

Com o resultado do plebiscito pela saída da União Europeia na Grã Bretanha, se fortaleceu a direita em todo continente. Na Áustria a extrema direita que havia perdido as eleições por 30 mil votos conseguiu que o órgão máximo da justiça de seu país anulasse as eleições, dando nova chance eleitoral ao grupo xenófobo.

sexta-feira 1º de julho de 2016 | Edição do dia

O tribunal Constitucional da Áustria invalidou as eleições do 22 de maio e ordenou que fossem realizadas novamente após o verão europeu, em meados de setembro. O resultado eleitoral havia sido apertado, com uma vitória por apenas 30 mil votos para o ecologista Alexander Van der Bellen.

A decisão do tribunal é um grande êxito para a extrema direita do país, que ficou em segundo lugar. O candidato Norbert Hofer, do Partido Liberal da Áustria (FPO), fez uma campanha marcada por discursos xenófobo contra os imigrantes muçulmanos, dizendo que era preciso impedir a onda migratória ou daqui 10 anos metade das crianças austríacas seriam muçulmanas.

O Tribunal tenta aparentar uma falsa neutralidade, alegando que o que gerou a necessidade de nova realização do processo eleitoral foram os resultados controversos alcançados a partir das contagens, que a princípio davam vitória ao candidato ultradireitista por 51,9% dos votos. Após uma recontagem exigida pelo eleitorado, verificou-se que este havia perdido ao ecologista Bellen por 30 mil votos.

A neutralidade se mostra falsa quando vemos os fenômenos recentes que abateram a Europa, especialmente o caso Brexit, onde a partir de uma vitória da campanha da direita, a Inglaterra votou sua saída da União Européia, mais uma medida de fortalecimento dos discursos xenófobo e racistas lançados por parte da burguesia Européia.

É apenas a partir dessa guinada à direita do Brexit que o FPO do xenófobo Norbert Hofer ganha tanta força, desbancando do processo eleitoral partidos tradicionais no regime austríaco como o SPÓ e o OVP, que dominaram a cena eleitoral desde o fim da segunda guerra mundial. Os ânimos acirrados da Europa tendem a se polarizar ainda mais depois do Brexit, com tendências como essas se fortalecendo continentalmente e exigindo uma resposta à altura dos trabalhadores e jovens, seguindo o exemplo da juventude e da classe operária francesa.




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