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TRABALHO ESCRAVO | Exploração: 114 trabalhadores são submetidos a trabalho escravo no sertão pernambucano

Vistoria do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho, realizada no mês de maio, encontrou trabalhadores em condições precarizadas análogas à trabalho escravo. Essa é a cruel face da produção capitalista que explora ao máximo os trabalhadores em prol do lucro.

sexta-feira 23 de agosto de 2019 | Edição do dia

No interior do município de Salgueiro (PE), o Ministério Público Federal realizou a denúncia dos responsáveis por três estabelecimentos de produção de farinha de mandioca, que foram interditados. Nos locais eram mantidas 114 pessoas em situação extremamente precária e sub-humana de trabalho. Dentre estas estavam 13 menores de idade, incluindo uma menina de três e outra de cinco anos.

Os trabalhadores não tinham acesso à equipamentos de proteção, água potável ou banheiros, e as jornadas de trabalho chegavam a exaustivas 15 horas diárias, havendo relato de jornadas de 24 horas. Não havia garantia de pagamento de salário mínimo, sendo este realizado a depender da produção.

Se condenados, os responsáveis responderão a penas de três a 12 anos de prisão. Entretanto, no país de Bolsonaro, que em julho criticou a emenda que pune o trabalho escravo, isso não é nenhuma garantia de solução, de que situações absurdas como essa deixem de acontecer. Bolsonaro e os capitalistas querem descarregar a crise nas costas dos trabalhadores, o que fica claro com a aprovação da reforma da previdência em segundo turno na Câmara dos Deputados, que vai nos fazer trabalhar até morrer, da “MP da Liberdade Econômica” e a terceirização irrestrita.

Bolsonaro se elegeu com o apoio desses ruralistas que nos rincões do Brasil exploram o povo pobre, assassinam indígenas, desmatam a Amazônia para plantar soja e criar gado, tudo em nome do lucro. São esses mesmos ruralistas que anunciaram o “dia do fogo” para o último dia 10, em torno da BR-163 no sudoeste do Pará, em que houve um aumento de 300% no número de focos de incêndio na região. Os latifundiários disseram que a proposta era mostrar trabalho para Bolsonaro e que se sentiam “amparados pelas palavras do presidente”. Enquanto isso, Bolsonaro afirma, sem nenhuma evidência, que o incêndio na Amazônia faz parte de uma conspiração de Organizações Não Governamentais (ONGs) contra o governo federal por este ter tirado dinheiro público destas organizações.

Fica evidente que as lutas pelo fim do trabalho escravo e pela preservação ambiental têm de ser necessariamente anticapitalistas, pois este sistema que produz visando o lucro não hesita em oprimir todos e destruir tudo para atingir seus objetivos.




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