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CORONAVÍRUS | Expectativa x Realidade: Brasil é ou não o primeiro país na lista de mais casos e mortes por Covid-19?

A subnotificação no Brasil é alarmante.

segunda-feira 25 de maio de 2020 | Edição do dia

Reafirmando constantemente sua postura negacionista e negligente em relação a pandemia mundial do coronavírus, a cada canalhice que faz, classificando o coronavírus como sendo apenas uma “gripezinha”, ao defender o retorno dos comércios e das escolas, e a necessidade de um isolamento vertical sem responsabilidade, sem garantir testes massivos à toda a população, Bolsonaro parece que realmente cumpriu a meta de seu slogan "Brasil acima de tudo", já que de acordo com o cruzamento de dados da plataforma Our World in Data, ligada a Universidade de Oxford, desde quarta-feira (20) o Brasil passou a liderar o ranking que considera a confirmação de casos em um período de 24 horas, se tornando o epicentro da pandemia e é quase o primeiro país na lista de mais casos e mortes por Covid-19. Ultrapassando também a Rússia na lista de países com mais casos de Covid-19, fazendo assim com que chegássemos ao 2º lugar, atrás apenas dos Estados Unidos.

Assim como as mobilizações dos trabalhadores da saúde exigindo EPIs e todo material básico para a proteção e segurança nos locais de trabalho, o que não vem sendo abordado pelas grandes mídias é o fato de que a Rússia, que está em terceiro lugar na lista de países com mais casos de Covid-19 fez testes em 8 milhões de pessoas, já o Brasil fez testes em apenas 735 mil. Isso mostra que estamos em 2º lugar na lista pelo fato da não realização de testes massivos na população. Sem contar que, se compararmos os primeiros meses do ano de 2019 com o ano de 2020 em relação a mortes por insuficiência respiratória, pode-se perceber um aumento de 2.000 casos. Esses dados só comprovam que o número de mortes oficiais por Covid-19 é subnotificado e que se considerarmos o número habitantes no território brasileiro e a quantidade de testes feitos, nos tornamos facilmente o 1º país na lista de mais casos de coronavírus e, como já qualificou a Organização Mundial da Saúde (OMS), o epicentro da pandemia.

Até de Trump, um veemente negacionista da crise sanitária, que fez com que os EUA tenha sido o primeiro país na lista quando se colocou contra o distanciamento social e a quarentena, levando ao pico de contágio, Bolsonaro conseguiu ultrapassar, e isso em nada tem a ver com qualquer traço de insanidade, mas com seu compromisso em manter empresas abertas para que os capitalistas sigam lucrando. Não esqueceremos que no dia em que o Brasil alcançou seu recorde de 1.188 mortos em 24hr por coronavírus, Bolsonaro ainda fez um deboche dizendo “quem é de direita toma cloroquina quem é de esquerda toma tubaína.” Mas não é só Bolsonaro que profere frases infelizes. Como em todo esse cenário onde milhares de brasileiros estão enterrando os seus e ainda lidam com a fome e o desemprego, Lula diz “ainda bem que a natureza, contra a vontade da humanidade, criou esse monstro”.

Em um governo que nega a proporção de uma pandemia, os absurdos nunca param de se expressar e escancarar a miséria que o capitalismo tem a oferecer aos trabalhadores e à população pobre. Bem como viemos constantemente denunciando nesse diário que, os governadores criticam Bolsonaro mas que, apesar do discurso de priorizar as vidas, na prática estão tomando medidas que visam apenas a preservação dos lucros e dos empresários capitalistas, e não estão efetivamente preocupados em garantir a vida e a saúde da população. Como se não bastasse Bolsonaro defender o uso da cloroquina e querer alterar sua bula para que fosse indicada para o coronavírus, ainda lidamos com a polícia genocida e racista de Witzel que em plena pandemia, segue invadindo favelas e casas, assassinando a juventude negra e destruindo famílias que já tem descarregada em suas costas as condições mais precárias de vida.

Está mais do que nítido que a subnotificação é um problema que afeta em cheio os trabalhadores e a população pobre na medida que esconde as proporções do impacto da pandemia no Brasil, colaborando para a política assassina de Bolsonaro, Mourão e os militares. Enquanto isso os capitalistas seguem lucrando em meio a pandemia e em cima do sangue do povo. É urgente a realização de testes massivos em todo o país, sendo a única forma para termos a real noção que estamos enfrentando. Deve-se também ampliar os leitos de UTI para todos os que precisam e estatizar os hospitais privados. Enquanto esperamos por testes, os profissionais de saúde que estão na linha de frente ao combate desse vírus seguem morrendo e colocando em risco a vida de seus familiares. Nossas vidas valem mais que o lucro deles!

fonte de dados: https://www.worldometers.info/coronavirus/?referer=app




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