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CONTRA BOLSONARO, GOLPISMO E REFORMAS | Ex-candidato presidencial, Nicolás Del Caño traz lições da esquerda argentina contra Bolsonaro

Aconteceu ontem (20) na Casa Marx de São Paulo uma atividade que recebeu o ex-candidato à presidente pela Frente de Esquerda Nicolás Del Caño, trazendo lições das lutas na Argentina para avançar nas lutas no Brasil contra Bolsonaro, o golpismo e as Reformas.

sábado 20 de outubro de 2018 | Edição do dia

O ex-candidato à presidente e atual deputado nacional pela província de Buenos Aires pelo PTS, na Argentina, Nicolás del Caño esteve ontem na Casa Marx de São Paulo trazendo importantes referências das lutas dos argentinos contra o governo neoliberal de Macri e sua agenda de ataques à classe trabalhadora.

A atividade se iniciou com uma intervenção artística com a leitura de um poema essencialmente contra Bolsonaro, trazendo diversos dos seus discursos machistas, LGBTfóbicos, racistas e de seu saudosismo da ditadura militar e dos métodos de tortura utilizados para reprimir aqueles que resistiam.

Diana Assunção, ex-candidata à deputada federal por filiação democrática ao PSOL em São Paulo, fez a abertura da atividade, colocando em perspectiva a atual situação política do país, retomando desde de o golpe de 2016 e todos os avanços do autoritarismo do judiciário, prisão arbitrária de Lula e os ataques do governo golpista de Temer.

"Bolsonaro é um candidato que não tem nenhum pudor em destilar seu ódio contra negros, mulheres, e bastante também contra os LGBTs e à classe classe trabalhadora, por que é uma candidatura que defende um programa profundamente neoliberal", disse Diana, ao caracterizar a candidatura de Jair Bolsonaro, em aliança com os empresários como mostrou o escândalo do caixa 2 desta semana. "Nós do MRT (Movimento Revolucionário de Trabalhadores) como parte deste enfrentamento brutal contra esta extrema-direita que tá se fortalecendo no país, estamos lado a lado, ombro a ombro com todos os trablhadores e jovens que querem derrotar o bolsonaro", prosseguiu Diana, colocando a declaração do MRT e do Esquerda Diário sobre o voto crítico em Haddad, sem nenhum tipo de apoio ao projeto político de conciliação do PT ou à sua estratégia eleitoralista que já se mostrou impotente.

A fala de Diana Assunção retoma o golpe, e o imobilismo do PT e das burocracias sindicais como a CUT (dirigida pelo PT), que não enfrentou o golpe, não mobilizou a classe trabalhadora permitindo a aprovação da reforma trabalhista, um brutal ataque contra os direitos dos trabalhadores que avançou na precarização dos locais de trabalho. Diana faz um chamado para que todos construam comitês de base em seus locais de trabalho, organizando-se contra Bolsonaro, golpismo e as reformas, trazendo por fim a luta para o campo da luta de classes onde é possível enfrentar a extrema-direita, revogar as reformas de Temer e impor uma saída para que sejam os capitalistas que paguem pela crise.

Em seguida, Nicolás del Caño pontuou que o fenômeno de surgimento de figuras como Bolsonaro é mundial, retomando com as devidas proporções e diferenças, Trump e Macri. Del Caño colocou sobre o sentimento de ódio que gera nos argentinos figuras como Bolsonaro, que defendem a ditadura e se apoiam nos métodos de tortura desde período na história do Brasil, uma vez que a ditadura argentina matou cerca de 30 mil pessoas.

Retomou as importantes lutas travadas na Argentina contra os ajustes e ataques de Macri, como a luta da Pepsico em 2017, onde trabalhadores ocuparam a fábrica contra a demissão em massa e o fechamento da planta. A reintegração da fábrica à mando do governo Macri foi televisionada e a brutal repressão aplicada contra os trabalhadores gerou uma revolta nacional. Também retomou a importante luta de centenas de milhares contra a reforma da previdência de Macri.

A força do movimento de mulheres na argentina também foi recordada por Nicolás, como demonstrativo da importância de organização nos locais de trabalho e estudo, e na luta organizada nas ruas: o movimento "nenhuma a menos" contra os feminicídios e a Maré Verde, atos massivos onde mulheres lutavam pela legalização do aborto. Recordou também a importante experiência da luta pela legalização do aborto com as vias parlamentares, uma vez que o senado argentino barrou aprovação.

Nicolás del Caño finaliza então colocando a necessidade da construção de um partido revolucionário, capaz de organizar trabalhadores e jovens para lutar contra Bolsonaro, e seu programa centralmente ajustador, uma agenda de reformas e ataques ainda mais duros do que o golpe conseguiu implementar.

Marcello Pablito, ex-candidato à deputado estadual (esquerda) e Nicolás del Caño (direita), seguram placa com nome de Marielle, militante de esquerda e vereadora do PSOL assassinada este ano, e Mestre Moa, capoeirista assassinado por apoiador de Jair Bolsonaro.

Veja abaixo a transmissão completo das falas de Diana Assunção e Nicolás del Caño.




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