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BOLÍVIA | Evo Morales constrói pontes com o grande capital transnacional

Nas últimas semana vimos como o governo de Evo Morales tem levado adiante um novo giro em suas políticas internacionais, buscando limar as asperezas de anos anteriores e construindo pontes com grandes capitalistas dos EUA, Europa e China, incentivando-os a investir no altiplano.

sexta-feira 13 de novembro de 2015 | 00:00

Este giro pragmático do governo do MAS, obedece a queda de preço do petróleo e do gás que ameaçam reduzir drasticamente os recolhimentos estatais com os quais se financiam não apenas grandes obras rodoviárias mas também os bônus e subsídios que permitiram manter a passividade do movimento de massas boliviano, tradicionalmente agitado.

Semanas atrás o governo de Evo anunciou que a Bolívia havia contraído uma dívida com o governo chinês equivalente a 7.200 milhões de dólares destinados a obras de infraestrutura, principalmente rodovias, que serão realizadas por empresas e grupos do país asiático. A vídida que ultrapassa com distância os 4 bilhões que se deviam ao Banco Mundial e ao BID, faz dos capitalistas chineses os principais credores do país andino.

Não tendo como suficiente este colossal endividamento, o governo de Evo com a colaboração do Financial Times, organizaram uma sessão de negociações com mais de 130 empresas interessadas em investir na Bolívia, oferendo-os não apenas segurança jurídica para seus investimentos mas inclusive realizando ofertas de concessão de áreas protegidas e de recursos naturais, que não invejariam nenhum neoliberal da década de 90.

Essas medidas, que o vicepresidente tentou justificar com os tomos 34 e 35 de Lenin na mão e em plenas negociações, se completaram com o recente giro europeu de Evo Morales firmando acordos com empresas alemãs e francesas para obras ferroviárias e acordos bilaterais de cooperação. A antessala dessas negociações “antiimperialistas” foram as conversações realizadas em La Paz entre o representante norteamericano para os assuntos hemisféricos e o governo do MAS com vistas a restabelecer as relações diplomáticas entre ambos os países interrompidas em 2008 com o despertas de guerra civil naqueles anos.

Atrás vão ficando as fanfarronadas antiimperialistas para dar lugar a um comportamento “sério e responsável”, que afague os negócios enquanto as demissões já vão se acelerando em algumas empresas estatais, como Huanuni, o projeto mineiro metalúrgico do Mutun ou as demissões em diversas empresas. A queda de preços de matérias-primas acaba com a bonança e o verso populista do processo de mudança, preparando novos ataques ao salário e ao emprego dos trabalhadores. Mesmo que o governo de Evo seja um dos que ainda está melhor posicionado frente à decadência dos progressismos argentino, brasileiro ou venezuelano, não pode escapas às leis do mercado capitalista, e optou por começar os ajustes amortecendo a queda com o endividamento massivo.

É urgente para os trabalhadores se prepararem para enfrentar esSas medidas e defender o salário e as fontes de emprego, recuperando em primeiro lugar a COB e os sindicatos, hoje consolidados como mero apêndice do ministério do trabalho.




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