segunda-feira 25 de maio de 2015 | 09:42
Na última sexta-feira (22), a Reitoria de José Amilton divulgou sua "Carta Aberta à Comunidade", em resposta, o movimento estudantil hoje organizado pelo Comando de Mobilização da Greve dos cursos de Ciências Sociais, Geografia, História e Pedagogia, respondeu sua carta. Leia abaixo a Carta Completa:
Carta em resposta a Reitoria em sua “Carta Aberta À Comunidade”
A atual crise financeira construída pelas antigas gestões, e aprofundada na gestão de Oduvaldo Cacalano, encontra-se numa encruzilhada entre os interesses dos estudantes, trabalhadores (professores e funcionários) com os interesses da atual reitoria de José Amilton.
Os Estudantes sentem a crise a partir das altas mensalidades e a ausência de respostas às demandas da comunidade acadêmica, falta de professores, a (des)modernização dos laboratórios e dos computadores, a ausência de um Wifi de qualidade que inclua os alunos e trabalhadores no acesso à internet, a falta de bolsas e políticas de permanência estudantil que se somam ao crescimento dos inadimplentes e o auto-endividamento dos estudantes que não tem segurança se conseguirão fazer sua rematrícula.
Acreditamos que por estarmos num espaço de excelência, Centro Universitário, com cursos muito bem renomados e qualificados podemos encontrar outras soluções para a crise financeira, que vise a saúde financeira dos alunos, o emprego e salários dos trabalhadores, e a qualidade dos cursos. Para isso a Reitoria deveria abrir os livros de conta para que o conjunto da comunidade tivesse acesso a estas informações e romper o sigilo dos acordos com o banco Santander para que o conjunto da universidade decidisse sobre estas medidas.
Por isso, viemos por meio desta carta esclarecer que:
1) A Crise Financeira e a do FIES que atinge todo o Brasil e gerou muitas lutas e mobilizações, na FSA é respondida pela atual gestão da reitoria com o super endividamento dos estudantes através de acordos com o banco Santander, chamado de “FIES Particular”, uma das marcas do projeto de universidade da Reitoria, onde nossas carteirinhas estudantis são potenciais cartões de crédito.
2) A Resolução 003 do Consun (Conselho Universitário) votada em plenas férias letivas, muito longe de “abrir o debate e buscar alternativas” barganha a abertura de mais de 10 cursos de licenciatura através da imposição da redução da carga horária que resulta na perca da modalidade Licenciatura/ bacharelado. Vale lembrar que neste Conselho como também no Condir (Conselho Diretor) apesar de sermos a maior corpo da universidade, somos minoria em representantes.
3) Apesar da Reitoria afirmar que seu “objetivo” não é a precarização dos cursos,suas medidas resultam inevitavelmente na evasão dos estudantes, na redução da qualidade profissional e da formação acadêmica.
4) Não podemos esquecer que as catracas fizeram parte do legado da última Reitoria que construiu um muro no espaço dos estudantes na FAFIL. Legitimar as catracas e propor a “colocação em funcionamento” é seguir o mesmo projeto das antigas REItorias de fechar a universidade e aumentar o controle sobre os alunos e o movimento estudantil.Mesmo com o recuo correto da REItoria em votar um Plebiscito que não foi discutido entre a comunidade acadêmica, é inquestionável que nós do Movimento Estudantil fomos os primeiros a trazer o debate para o conjunto dos estudantes, com as passagens em salas, os cartazes colados e a convocatória da Assembleia Geral da FAFIL nesta Quarta-feira passada. Assim como temos buscado os colegiados e os professores para ouvir suas opiniões.
5) Muito longe de “Fazer de conta que os problemas não existem ou disseminar inverdades” como a Reitoria nos acusa, estamos construindo o debate com toda a comunidade acadêmica, permitindo posições favoráveis e contrárias a estes projetos, buscamos encontrar soluções de maneira que quem realmente decida os rumos da universidade seja quem a constrói no dia a dia: estudantes, professores e funcionários.
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