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Estudantes e trabalhadores da Unicamp ocupam e barram votação do Conselho Universitário

Estudantes e trabalhadores ocuparam o prédio do Conselho Universitário da Unicamp contra a votação do pacote de cortes proposto pela reitoria.

Faísca Revolucionária@faiscarevolucionaria

quarta-feira 27 de setembro de 2017 | Edição do dia

O Conselho Universitário da Unicamp pautou nessa terça, 26, um conjunto de medidas que significarão cortes e ataques às condições de ensino, permanência e trabalho na universidade. Gerou enorme insatisfação num conjunto amplo de estudantes e trabalhadores a atitude autoritária da reitoria e maioria do Conselho Universitário (CONSU). Estes buscaram promover essa discussão com apenas quatro dias da sua publicação como pauta oficial e sem qualquer discussão que envolvesse o conjunto da comunidade acadêmica para debater temas tão significativos, como o aumento de 100% no valor das refeições nos restaurantes universitários. A manifestação foi composta por estudantes de diversos cursos, sendo que alguns realizaram assembleias e estavam paralisados contra o debate em pauta no CONSU. Também funcionários estavam paralisados em protesto e foi conformada uma manifestação unificada.

A ocupação foi uma medida decidida pela maior parte dos estudantes e trabalhadores presentes na manifestação, contra a não permissão da sua participação nas decisões que envolvem suas vidas, em particular nesse momento em que está sendo votada uma proposta de ataques profundos à universidade pública. O objetivo era impedir que fosse feita a discussão nesse espaço restrito e logo após a suspensão da pauta foi encerrado o protesto e o prédio foi desocupado.

Ao longo da reunião foram votados já diversos ataques, como o fim da reposição automática de professores (que ocorrem nos casos de aposentadorias, afastamentos ou falecimentos), a não abertura de concurso público para docentes e pesquisadores, além de outras medidas afetam a contratação de professores, também ataques aos trabalhadores como a retirada das negociações em relação à sua pauta salarial do Conselho das Universidades Estaduais Paulistas para a própria reitoria, o que significa um ataque à unificação histórica que existe entre trabalhadores das três universidades nessas negociações.

A reitoria de Marcelo Knobel, com o respaldo do governo Alckmin, quer também impor um aumento de 100% no preço do bandejão, que passaria de R$2 para R$4 reais cada refeição de almoço e jantar, além de já terem demitido centenas de funcionários Funcamp para contratar ainda mais precariamente por empresas terceirizadas. Também as mães estudantes já estão sofrendo pela falta de creches que atendam a demanda. Enquanto isso a alta burocracia da Universidade e as empresas são preservadas, como mostram os rankings que conferem à Unicamp o título de melhor da América Latina. A retirada da permanência estudantil afeta a inclusão de fato de estudantes que dependem de auxílio para conseguirem concluir seus cursos e também a recente conquista das cotas é ameaçada, já que muitos cotistas poderão advir de setores mais pobres da população.

O reitor Knobel não faz mais que reproduzir a falácia do governo Alckmin e da grande mídia, de que há uma crise orçamentária na universidade causada pelos gastos com trabalhadores e propõe medidas de ataque que afetam todo o ensino, pesquisa e extensão. A verdade é que as contas da universidade não são públicas realmente públicas, bem como a maioria dos membros da comunidade acadêmica não pode opinar sobre sua aplicação, mas, sim, apenas o restrito e anti-democrático conselho universitário, que conta com membros de entidades empresarias como a FIESP, decidem os rumos do orçamento universitário.

A pauta suspensa está “em vigília” e poderá ser retomada ainda essa semana. Diante disso estudantes e trabalhadores seguem mobilizados e já estão buscando novos espaços de discussão e deliberação para fortalecer a luta e organização contra os cortes.




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