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JUSTIÇA POR MARIELLE | Estudantes do Teatro UFRGS exigem justiça por Marielle, contra Bolsonaro, Mourão e os golpistas!

No último domingo (14) completava-se 3 anos do brutal assassinato de Marielle Franco e Anderson, uma ferida aberta do golpe institucional, cujo Estado brasileiro é diretamente responsável e arde ainda mais forte em meio ao governo Bolsonaro, mas que até hoje segue impune e sem respostas. São 36 meses sem Marielle, mas também 36 meses que nas redes e nas ruas ecoa a força de gritos por justiça e a exigência de saber quem mandou matá-la. E nessa força, o Centro Acadêmico Dionísio (CADI) do Departamento de Artes Dramáticas da UFRGS, dirigido pela Juventude Faísca e independentes, se soma para dizer que não esquecemos e não perdoamos!

Luno P.Professor de Teatro e estudante de História da UFRGS

terça-feira 16 de março de 2021 | Edição do dia

Essa foto é de 2019, quando os estudantes do Teatro UFRGS paralisaram as atividades do dia por justiça à Marielle.

Marielle, que sempre denunciou a ação truculenta da polícia e das milícias nos morros cariocas, foi assassinada em meio a intervenção federal do governo de Temer no Rio de Janeiro. Sua execução foi para servir de exemplo e calar a voz daqueles que lutavam contra os golpistas e seus ataques, mas também arrancou as máscaras deste regime capitalista putrefato e sua democracia burguesa que permite que uma parlamentar de esquerda, mulher, negra e LGBT seja impunemente alvejada por 13 tiros. É esse mesmo regime que hoje permite que várias das parlamentares negras eleitas em 2020 sejam ameaçadas de agressão e morte em diversos estados do país, uma expressão do racismo e do reacionarismo da extrema-direita alimentada pelo bolsonarismo.

Mas nós do CADI, não só nos colocamos contra cada uma dessas ameaças e ataques que estão a serviço de arrancar nossos direitos e avançar com as precarização de nossa vida, mas também estamos lado a lado dos setores oprimidos, das vozes contestadoras e dos gritos de revolta dos negros, mulheres e LGBTs que lutam contra o a violência policial, os golpistas, a extrema-direita e a superexploração desse Estado capitalista misógino e racista. Por isso, hoje viemos relembrar que nesses 3 anos do assassinato de Marielle os estudantes do teatro UFRGS sempre estiveram na linha de frente lutando por justiça.

Em 2019, dia 14 de março, os estudantes do teatro UFRGS paralisaram as aulas do departamento e construíram uma agenda de mobilização, chamando o conjunto dos estudantes da UFRGS para lutar por justiça a Marielle Franco e Anderson, contra o golpe, a reforma da previdência e os ataques de Bolsonaro. Naquele dia se completava o primeiro ano de sua execução e a raiva e vontade de luta por justiça dos estudantes, dos calouros aos veteranos, era palpável. Nos fundos do departamento, nos reunimos para produzir faixas e materiais e também tirar uma foto com o máximo de alunos e reafirmar que os estudantes do teatro UFRGS não iriam descansar até saber quem mandou matar Marielle, levantando a necessidade de impor pela luta uma investigação independente, sem deixar que o mesmo Estado responsável por esse crime seja quem controle a investigação do caso.

Em 2020, junto com outras entidades estudantis dirigidas pela Juventude Faísca, lançamos um chamado para a construção de uma grande campanha nacional por justiça a Marielle onde em cada curso, universidade, escola e local de trabalho, conseguíssemos ter as mais diversas iniciativas que buscassem, de forma unitária, organizar os estudantes em aliança com os trabalhadores, os movimentos sociais, de direitos humanos, e toda a população que já não suportava mais os ataques de Bolsonaro e da extrema-direita contra a memória de Marielle e as lutas do povo negro, das mulheres, LGBTs e da classe trabalhadora.

Hoje, em 2021, mesmo em meio a pandemia chamamos todos os estudantes, professores e demais trabalhadores da UFRGS a se somarem numa campanha de fotos por justiça a Marielle e Anderson, apontando que nossa luta também precisa ser contra Bolsonaro, Mourão e os golpistas que buscam descarregar nas costas da juventude e da classe trabalhadora a crise.

O ódio e a raiva pela falta de respostas sobre o assassinato de Marielle Franco se soma ao ódio contra a violência policial, as milícias e o autoritarismo da justiça, que nessa pandemia aumentam junto com a degradação das condições de vida, com o desemprego, a fome e a precarização do trabalho da população, tudo isso enquanto o Brasil agoniza nas UTIs superando a marca de 2 mil mortos por dia. Mas é na força das mulheres, principalmente nas mulheres negras, que são as que mais morrem pelas balas da polícia, pela COVID e pela violência racista, mas que também são parte daqueles que estão na linha de frente contra a pandemia, que precisamos nos inspirar para lutar contra Bolsonaro, Mourão e os golpistas, sem nenhuma confiança no judiciário e nos agentes do próprio regime que são responsáveis pelo assassinato de uma das vereadoras mais votadas do município do Rio de Janeiro, e impor com a nossa própria força justiça por Marielle Franco e Anderson.




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