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UNICAMP | Estudantes da Unicamp respondem terrorismo da reitoria com radicalização

Na manhã de sexta (24/03), estudantes e trabalhadores da Unicamp trancam dois portões principais da universidade apesar de tentativas da reitoria de acovardar a luta dos estudantes.

Ítalo GimenesMestre em Ciências Sociais e militante da Faísca na UFRN

sábado 25 de junho de 2016 | Edição do dia

A partir das 6:30h, os portões 1 e 2 da Unicamp foram fechados por mais de três horas pelos estudantes e trabalhadores em greve, fazendo o esforço de colocar em diálogo com a população as pautas pelas quais lutam.

O cerco midiático em relação a nossa luta e a intransigência da reitoria do Tadeu em negociar seriamente as nossas pautas exigem cada vez mais medidas radicalizadas como essa, em muita unidade com os trabalhadores.

Enquanto a mídia tenta criar a imagem de que, nas estaduais paulistas, trabalhadores estudantes e professores em greve histórica não passam de um bando de privilegiados, fazendo “greve na torre de marfim”, ou então de que na Unicamp os estudantes são minoria de baderneiros agressivos, mostramos à população o que não é dito: nossa luta é para que a população negra e periférica tenha chances de entrar nessa universidade através da implementação de cotas étnico-raciais; é para que ela possa ter condições de estudo quando ultrapassa o filtro do vestibular; é e também contra a precarização de um dos poucos serviços que a Unicamp oferece à população, o Hospital das Clínicas e demais serviços de saúde, que dos 40 milhões cortados do orçamento pela reitoria, 10 milhões são desses serviços.

Mas a reitoria segue defendendo o seu projeto de universidade racista, elitista e distante das demandas reais da população tratando os estudantes que lutam para quebrar com esse projeto com negligência e terrorismo.

Nessa semana, a reitoria passou a atuar através de declarações contraditórias para confundir o movimento grevista. Com ameaças de reintegração de posse hora eminentes, hora distantes, se utilizando de professores para “mediar” negociações e depois desmentindo o envolvimento da reitoria com certas mediações recentes, enfim, um diz que disse, supostas ameaças de reintegração de posse cujo objetivo claro é de desgastar os estudantes, fisicamente mesmo, que se preparam firmemente para dar batalhas que a reitoria depois alega nunca ter anunciado. É um jogo evidente de seguir combatendo a luta dos estudantes através do cansaço e do medo, para pressionar os estudantes a recuarem na sua histórica luta na Unicamp, que tem todas as forças para arrancar cotas e permanência estudantil, além de barrar o corte.

Os estudantes da Unicamp não podem cair nesse jogo da reitoria. A nossa greve é mais histórica a cada semana. Estamos há mais de um mês em luta, com cursos como a Medicina e diversas engenharias tendo a sua primeira experiência de greve. A monumental força dessa luta pode impor uma vitória que marcará o caráter da universidade para sempre. E para isso precisam de duas coisas: seguir a radicalização da luta, junto aos trabalhadores, com trancaços e cortes de rodovia, para conquistar a opinião pública de que a nossa luta está diretamente ligada com as demandas da população. Mas precisa também seguir no sentido da estadualização, concretizar um comando estadual de mobilização que golpeie em um só punho as reitorias, mas também o governo Alckmin e golpista Temer, com a bandeira da defesa da educação pública.




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