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CONTRA A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL | Estudantes da UNICAMP bloqueiam Barão Geraldo contra a redução da maioridade penal

Nesta quarta freira, dia 17, ao final da assembleia geral, estudantes da Unicamp realizaram um importante ato pelas ruas de Barão Geraldo, denunciando o absurdo do projeto da redução da maioridade penal, que pretende encarcerar ainda mais a juventude pobre e negra.

quinta-feira 18 de junho de 2015 | 02:07

Os estudantes construíram um ato com conteúdo antigovernista e em defesa dos setores mais oprimidos, cantavam palavras de ordem em defesa da educação, cultura e esporte, e contrários a repressão policial e aos assassinatos da juventude negra das periferias.

O ato seguiu até a região central de Barão Geraldo, lá os estudantes pararam algumas vias, tiraram fotos com cartazes contra a redução da maioridade penal e dialogaram com a população. Guilherme Zanni, membro do Núcleo de Consciência Negra da Unicamp e militante da Juventude às Ruas, disse “esse ato é importante para mostrar que os estudantes da Unicamp são contrários a redução da maioridade, e que lutamos para que todos os jovens, principalmente a juventude negra, tenha acesso ao ensino superior. Defendemos as cotas raciais na Unicamp e também o fim do vestibular, para que essa juventude tenha acesso ao conhecimento. A luta por educação é fundamental, também porque coloca a contradição que o governo vem cortante em educação e aprovando essas medidas que na verdade, além de negar o futuro a juventude, estão apoiadas em uma ideologia racista onde os mais prejudicados serão os negros, e onde colocará a policia mais assassina do mundo, e também conhecida pelo seu racismo para reprimir os jovens, agora com respaldo legal”.

Apesar de um DCE governista, dirigido pela UJS, e que se mostra como um entrave para a luta dos estudantes, na UNICAMP os estudantes mostraram que querem que a Juventude negra esteja ao seu lado dentro das universidades e tenha acesso à educação, lazer, arte, saúde e não seja encarcerada como o PT e sua base aliada pretendem. Querem um DCE que seja capaz de organizar cada estudante para que seja sujeito da sua luta e possa barrar os ataques dos governos e avançar para questionar o projeto de Universidade elitista e excludente e refundá-la com os setores oprimidos a frente.

O ato ocorrido hoje foi resultado da luta política dos estudantes presentes na assembleia que denunciaram o DCE, dirigido pela UJS, que somente agora realizou uma Assembleia Geral, mesmo com o intenso cenário de mobilização estudantil do Brasil, e que apesar de se dizerem contra os ataques e a redução da maioridade penal, não mobilizaram os estudantes para que pudessem se colocar contra os ataques e criar um cenário real de mobilização que colocasse os setores conservadores na defensiva. O DCE se calou frente aos principais ataques do governo Dilma, como o corte do FIES, para tentar imobilizar o movimento estudantil e assim defender as políticas do governo. Essa luta política foi parte proposta na ultima assembleia do CACH, Centro Acadêmico de Ciências Humanas, e levada como indicativo de ato à assembleia geral, para mostrar uma resposta imediata no dia que estava sendo votada na câmara a redução.

A assembleia geral dos estudantes deliberou questões importantes para o movimento estudantil frente aos ataques à juventude que estão sendo implementados pelo PT e sua base aliada. Fez parte do debate da assembleia o rechaço a “emenda da opressão”, proposta que esta sendo votada na Câmara de Campinas que quer retirar o debate sobre identidade de gênero das escolas. A assembleia geral aprovou um ato para dia 23 em combate a essa medida.

A discussão se aprofundou sobre os projetos de redução da maioridade penal propostos pelos partidos PSDB e PMDB, onde o PT, apesar de se falar contrário, apoiou o projeto do José Serra que visa aumentar as penas impostas pela ECA (Estatuto da criança e do adolescente), o que na pratica significa poder punir com mais tempo os menores de idade. Essa é parte do pacote de ataques que o PT vem passando, como o PL4330 que aprofunda ainda mais a terceirização, os cortes no FIES, Prouni e Pronatec, os cortes de verbas nas Universidades Federais que incidiram, sobretudo na assistência estudantil e nos salários dos trabalhadores, retirando ainda mais os direitos daqueles que são os mais precarizados da nossa sociedade e que já vivem uma vida de miséria com péssimos empregos e com a truculência diária das polícias.




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