No último dia 7 de novembro, estudantes da UNESP Araraquara construíram, na moradia estudantil, o “Domingo Cultural imprescindivelmente no Sábado”, um espaço que vem se consolidando como importante evento de confraternização que traz a arte ao primeiro plano da discussão da vida dos estudantes. Apoderando-se da dança, da música, do teatro e da poesia, esses estudantes expõem seu cotidiano e ressignificam o tratamento estéril e distante das artes na academia.
terça-feira 17 de novembro de 2015 | 23:47
Mostrando que a arte deve estar por dentro de sua própria organização – e não apenas como um detalhe superestrutural –, os estudantes somaram forças, de maneira independente, para criar um espaço de expressão e reflexão, trazendo de forma prática questões como as opressões e a construção da sexualidade e de identidade. A programação contou com almoço coletivo, oficina de artesanato, oficina de HQ, exposição de produções artísticas e apresentações de maracatu, capoeira, samba, RAP, rock, canto, teatro e poesia.
A moradia estudantil dá um verdadeiro exemplo de construção de espaços de socialização e auto-determinação dos estudantes da UNESP, que hoje vivem num campus onde tais espaços têm sido cada vez mais rifados por uma política clara da reitoria e da diretoria de implementar um projeto de educação que pretende domesticar o conhecimento a serviço do mercado.
É importante rememorar que esse exemplo não é de hoje: a moradia, enquanto espaço conquistado através da força dos estudantes, sempre foi a faísca e a ponta de lança das importantes lutas da UNESP, mostrando que a história de resistência e a luta por permanência continuam vivas. Como importante ambiente de vivência dos estudantes, a moradia estudantil resiste apesar do descaso da universidade com seus moradores e com as políticas de permanência estudantil.
