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ESPÍRITO SANTO | Espírito Santo: a população refém de diferentes reacionarismos

Assassinatos nas ruas cometidos por mascarados, pessoas atirando aparentemente a esmo, saques de lojas, inclusive pequenos comércios, pequenos supermercados e shoppings. Escolas sem funcionar, ônibus sem circular.

terça-feira 7 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

A população capixaba está refém de diferentes reacionarismos, entre governadores ajustadores que querem que até mesmo seu braço armado não tenha reajustes - policiais que querem melhores condições para reprimir a população - diferentes “manifestações” e crimes suspeitos de manipulação e incentivo pelos grupos em conflito, e ainda a “oportunidade” de gangues e facções aproveitarem a ocasião.

O governo do Espírito Santo, dirigido pelo ex-PMDB Hartung, um exemplo de “ajustes”, era cantado em verso e prosa em editoriais de toda grande mídia nacional por “conter” os gastos às custas do funcionalismo e da população. Com Hartung afastado por tratamento médico, Cesar Colgano, o vice-governador tem exercido o mandato. Em todos últimos dias ele tem se dirigido à população condenando o movimento e negando-se a negociar. Há suspeitas que seus aliados ou o próprio governo tenha incentivado as “manifestações” que ocorreram hoje na frente dos quartéis gerando confronto com policiais amotinados e suas famílias.

As famílias e policiais amotinados reivindicam melhores condições de “trabalho” para reprimir a população, e seguir seu serviço repressor do dia a dia. Numerosos casos de violência que tem circulado nos grupos de WhatsApp mostram mascarados com constituição física compatíveis com policiais ou outras pessoas empregadas na segurança privada. Essa suspeita surge em diferentes relatos que aparecem, inclusive em artigo de “Tribuna Aberta” publicado ontem (06) neste Esquerda Diário.

Neste artigo, a professora Lívia de Cássia Godoi Moraes levanta essa suspeita, problematiza as formas de violência e, ao mesmo tempo, faz uma crítica à resposta do governo estadual e federal, de enviar o exército e as forças armadas – ou seja, questiona a chamada “segurança pública”, mostrando que é uma verdadeira “guerra aos jovens trabalhadores(as), pobres e negros(as), da periferia”. Ao mesmo tempo, achamos que o argumento no artigo encontra um importante limite, a qual apresentamos um debate aqui, quando fala das reivindicações policias sem uma abordagem crítica ou em contraposição a elas, na medida em que esses movimentos das instituições policiais acabam por buscar fortalecer essas próprias instituições, que são organismos de repressão estatal – e nesse sentido achamos importante denunciar o caráter reacionário dessas movimentações e suas consequências – inclusive porque, como ocorrido em outros motins policiais, suspeita-se de interesses políticos, seja do governo, seja dos amotinados, na grave situação.
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O fato é que a situação atual tem levado a contradições que vão pra além disso, pois agora implicam numa movimentação das Forças Nacionais e do Exército, com uma série de relatos de arbitrariedade, violência contra a população e consequências desastrosas para o conjunto das organizações independentes dos trabalhadores, dado o possível clima repressivo que pode se abrir com as medidas do Cesar Colgano e o governo Temer – a qual devemos denunciar, pois frente a grave crise no Estado, junto a uma crise econômica e social que vem sufocando a população, a única medida dos governos é oferecer ainda mais repressão policial.




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