A eleição argentina foi marcada pelo enfraquecimento das coalizões tradicionais e, principalmente, por concretizar a Esquerda como a terceira força no país através da Frente de Esquerda-Unidad (FIT-U). Neste episódio do podcast Espectro do Comunismo se ilumina o processo de fortalecimento da FIT-U e uma série de lições que a Esquerda brasileira pode tirar desse processo.
sexta-feira 17 de dezembro de 2021 | Edição do dia
As eleições argentinas foram no dia 14 de Novembro e marcaram o enfraquecimento das coalizões tradicionais da burguesia. Por um lado, o peronismo pela Frente de Todos de Alberto Fernández se enfraqueceu em todo o país, fruto dos ajustes aplicados no último período, por outro lado, a direita liberal do Juntor por el Cambio (Juntos pela mudança em português) de Mauricio Macri não conseguiu ocupar todo o espaço deixado em aberto pelo peronismo. Neste flanco deixado pelas coalizões tradicionais da burguesia, a extrema-direita conseguiu relativa ascensão através de Javier Milei na cidade de Buenos Aires, entusiasta de Trump e Bolsonaro, ele obteve 13% dos votos para deputado. No entanto, quem se destacou nas eleições e se consolidou como terceira força foi a FIT-U, uma coligação encabeçada pelo Partido de Trabalhadores Socialistas (PTS), partido irmão do MRT na Argentina, junto ao PO, à IS e ao MST.
O crescimento da Frente de Esquerda e a sua consolidação como terceira força nacional é fruto da intervenção de anos na luta de classes, se colocando ao lado dos trabalhadores e dos setores oprimidos em cada luta que se abre. Com deputados eleitos na província e na cidade de Buenos Aires, coisa que a esquerda não fazia há anos, o destaque ficou para a cidade de Jujuy, onde a candidatura de Alejandro Vilca, um gari, indígena e socialista, obteve mais de 25%.
Daniel Tupinambá, dirigente do MRT e correspondente do Esquerda Diário na Argentina, Elizabeth Yang, fundadora do PTS na Argentina e colunista da seção de cultura do La Izquierda Diario, junto com André Barbieri debatem os paralelos da situação argentina com a do Brasil, e apontam uma série de lições que só a única frente de esquerda com independência de classe no mundo, pode dar, além de analisar os próximos desafios da Frente de Esquerda e do PTS para garantir que a sua base eleitoral se ative em processos concretos de luta de classes. Para ver os paralelos entre a situação argentina e a brasileira, ver as lições que podem ser tiradas desse processo e muito mais, veja o podcast na íntegra:
