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ELEIÇÃO DCE 2018 | Escola Sem Partido, educação a distância e ataques à educação: qual papel do DCE nisso?

Escola Sem Partido retorna, por um DCE que organize a luta em defesa da educação.

sexta-feira 2 de novembro de 2018 | Edição do dia

Logo após a vitória do Bolsonaro, Temer e a extrema direita trouxeram para o centro da discussão, na câmara de deputados, a votação do reacionário Escola sem partido. O objetivo do projeto é censurar e perseguir diretamente professores que fomentem o debate dentro da sala de aula, interrompendo o processo de formação crítica. A grande argumentação de que existe uma doutrinação que precisa se extinguir trata-se de uma mentira descarada da direita, já que nem as condições mínimas para dar aula é possível em salas lotadas, o trabalho é precarizado e os professores recebem baixíssimos salários.

O projeto também elimina qualquer debate de gênero, raça, orientação sexual e principalmente, o apagamento total da história dos processos revolucionários da classe trabalhadora. Processos históricos que em muitos lugares colocaram o capitalismo em cheque, o mesmo sistema que Temer e Bolsonaro defendem com unhas e dentes para que a crise criada pelos capitalistas seja paga pelos trabalhadores, a juventude, mulheres, negros, LGBT+.

Recentemente a deputada do PSL, Ana Caroline Campagnolo, utilizou as redes sociais para chamar os alunos a denunciar professores que estivessem fazendo a chamada "doutrinação". Contraditoriamente a suposta neutralidade que a deputada defende, que vai de encontro ao projeto Escola sem partido, não se reflete suas ações, já que ela própria utilizou a camisa do Bolsonaro em sala de aula.

Dentro desse contexto, Bolsonaro também defende a proposta de educação a distância até para o ensino fundamental. A aplicação dessa mudança tiraria a responsabilidade do Estado de garantir escola para crianças que precisam desse espaço, além de prejudicar os pais que precisam trabalhar e não podem cuidar dos filhos nesse período. Além disso, é completamente impensável garantir educação de qualidade sem a presença do professor e outros alunos que fazem parte do processo de aprendizagem.

Que papel deve cumprir o DCE Livre da USP frente a um projeto tão reacionário que quer calar os professores? Não dá para pensar essa questão por fora de questionar qual deve ser o papel dos estudantes podem lutar contra o projeto de educação do Bolsonaro. Sabe-se que a atual gestão do DCE (PT, Levante Popular e UJS) cria poucos espaços de discussão sobre o assunto, além disso, não organiza os estudantes para lutar contra o Escola Sem Partido.

Nós da chapa Uma Flor Rasgou a Rua defendemos um DCE que esteja ativo em cada curso e se articule com cada Centro Acadêmico. Criando espaços de debate, assembleias, comitês de luta e que se alie profundamente com os trabalhadores. Que organize uma forte luta contra os ataques da extrema direita e a perseguição aos professores. Para isso, devemos lembrar do importante papel que já cumpriu os estudantes da USP em diversas lutas, como quando lutou contra a ditadura, e que pode voltar a cumprir diante do avanço da extrema direita e ameaça a liberdade dos professores dentro da sala de aula.




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