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CRISE NO OURO VERDE | Escândalo do Hospital Ouro Verde tem nova fase com prisões

sexta-feira 23 de março de 2018 | Edição do dia

Na quinta-feira, dia 22, foram realizados mandatos de busca e apreensão e prisão temporária como parte da investigação do esquema de corrupção do Hospital Ouro Verde, esquema que envolve a prefeitura de Campinas e a Organização Social Vitale, que administrava o hospital.

Desde o ano passado tem ficado cada vez mais escancarado o caos que a população vive cotidianamente nos hospitais de Campinas. Por trás disso, o descaso da prefeitura de Jonas Donizette (PSB) – que também é investigado - e sua consciente política de precarização do sistema de saúde, e o escândalo de corrupção materializado em milhões desviados e nos automóveis de luxo apreendidos.

As prisões temporárias são de dois envolvidos com o escândalo, o ex-diretor da Secretaria de Saúde, Anésio Corat Júnior, e o ex-servidor municipal, Ramon Luciano Silva. Também em São José do Rio Preto, um médico e um advogado ligados à Vitale foram presos, Osvaldo Perezi Neto e Orlando Leandro de Paula Fulgêncio.

Nos primeiros momentos da investigação, foi encontrado R$1,2 milhões de reais em dinheiro vivo na casa de Anésio Corat, que após esse absurdo, foi inclusive nomeado para novo cargo pela prefeitura, que declarou ter nomeado “por engano”.

Segundo o Ministério Público, o acordo do esquema de corrupção com a Vitale previa o pagamento de R$1,2 milhão para os ex-servidores, que ajudariam na aprovação de contas irregulares. Segundo a Promotoria, o acordo era de pagamento de R$20 mil por mês para cada um dos funcionários. A investigação estima que foi mais de R$4,5 milhões desviados em verbas pública da área da saúde.

Mesmo após o caos instaurado e todas essas denúncias e investigações, a prefeitura mantém a política de destruição da saúde. É o que significa o projeto “Rede Mario Gatti”, que cria uma autarquia para unificar a gestão dos hospitais Ouro Verde e Mario Gatti, além dos Prontos Atendimentos Anchieta, São José, Campo Grande, Carlos Lourenço e o SAMU.

Jonas e os vereadores defensores do projeto dizem que ele possibilitará a redução de custos e a maior flexibilidade, o que segundo a lógica irracional deles, significaria a melhora no atendimento para a população. Para eles o que interessa é o favorecimento das empresas envolvidas, não o atendimento da população e as condições de trabalho dos funcionários.

Para mudar essa realidade, os hospitais devem ser 100% públicos. A saúde deve ser totalmente estatizada e o controle deve estar nas mãos dos trabalhadores e usuários, a quem em primeiro lugar importa a qualidade do serviço prestado.

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