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DESIGUALDADE | Brasil de Bolsonaro: bancos lucram mais de R$20 bilhões enquanto pobres vivem com R$233

Recente estudo da FGV, produzido por Marcelo Neri, aponta um crescimento da desigualdade, com consequência de maior concentração de renda nas mãos da burguesia e encolhimento de 17% da renda dos jovens entre 20 e 24 anos. Hoje, 23,3 milhões de pessoas vivem com R$ 233 por mês. Essa concentração escancarada mostra que a crise é apenas para os pobres: enquanto bancos registram lucros de mais de 20%, chegando a R$ 20 bilhões no primeiro trimestre, boa parte da população vive em situação de calamidade.

sexta-feira 16 de agosto de 2019 | Edição do dia

O desemprego chega a níveis cada vez mais alarmantes, na juventude entre 18 e 25 anos já são 30% de desempregados, o governo Bolsonaro, que em meio a todos os absurdos reacionários que sempre soltou, fez um discurso de campanha de acabar com o desemprego está fazendo apenas aumentar a desigualdade por meio do aprofundamento da Reforma Trabalhista, o avanço da aprovação da Reforma da Previdência, a nova MP da "liberdade econômica", o anúncio do Future-se e a guinada de privatizações.

Em meio a isso, cada vez mais aumenta o número de pessoas que têm como opção apenas empregos ainda mais precarizados, como os terceirizados, os trabalhos informais, os contratos MEI (Microempreendedor Individual) e os absurdos serviços de aplicativos como Rappi e Ifood. Principalmente os jovens e as mulheres se afetam cada dia mais com essa realidade.Há 17 trimestres, de acordo com Marcelo Neri, veio-se aumentando a concentração de renda, sendo que o desemprego está diretamente relacionado a este aumento, que hoje chega há 12 milhões de brasileiros nas filas de desempregados.

Os empregos disponíveis, com o aprofundamento cada vez mais da Reforma Trabalhista, são cada dia mais insalubres e precários, muitas vezes tirando a vida de jovens que passam a ter que sustentar suas famílias cada vez mais cedo, como foi o caso de Thiago Dias, um jovem de pouco mais de 30 anos que faleceu depois de muitas horas trabalhando para a empresa Rappi, que ao ser relatada que o funcionário estava passando mal, nada fez a respeito.

Enquanto essa situação ocorre com os de baixo, os grandes bancos, com seus patrões e empresários, aumentam seus lucros. O lucro do Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander, se somados, chegam a R$ 42,9 bilhões apenas no 1º semestre de 2019. O lucro líquido de 306 empresas brasileiras com ações na bolsa foi de R$ 71,5 bilhões no segundo trimestre deste ano, representando um aumento de 73,4% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 41,2 bilhões), de acordo com cálculos da empresa de informações financeiras Economatica. Os maiores setores que lucraram mais foram os bancos e, em segundo lugar, o de petróleo e gás, ambos com masi de R$ 20 bilhões.

Desde 2014 até agora, a renda de jovens entre 20 e 24 anos encolheu 17% - ainda de acordo com o estuda da FGV, imprimindo uma realidade duríssima, não à toa que é na juventude onde se expressa o maior descontentamento com o governo de extrema direita de Jair Bolsonaro, como foi nos atos massivos de maio, e como se expressou agora no último dia 13 mesmo depois da traição das direções estudantis e sindicais. No entanto, essa juventude precarizada, desempregada, que não vê no horizonte a perspectiva de se aposentar e observa universidades sendo fechadas com risco de serem privatizadas por meio do projeto Future-se, não vê alento em suas lutas por parte de suas direções.

O setor que mais sente os efeitos do Bolsonarismo e se coloca como um importante pólo de oposição ao governo tem sua energia dividida pelas centrais sindicais e pela UNE, que ao invés de ligar a luta contra cada um dos ataques, conformando um plano de lutas para vencer que ligue a energia da juventude com os mais diversos setores da classe trabalhadora, reduzem nossa mobilização a paralisações espaçadas e atos pontuais que não dão conta de se enfrentar contra o poderoso inimigo que frente ao avanço da Reforma da Previdência, mostra ainda mais sua cara com declarações ainda mais reacionárias de Bolsonaro e um massacre da juventude negra ainda mais descarado por parte de Witzel no RJ.

Com uma direção a altura das tarefas colocadas hoje para o movimento, seria possível avançar no plano de lutas não só para resistir contra todos os ataques que estão na ordem do dia, mas também exigir a divisão das horas de trabalho entre toda a demanda, com escalas móveis nas quais cada um pudesse trabalhar um pouco, sem que isso implicasse na redução salarial.

Infelizmente as direções atuais se mostram cada vez mais dispostas a negociar com os de cima e trair os de baixo, por isso, principalmente no movimento estudantil é necessário o surgimento de um pólo antiburocrático, que se conforme através da iniciativa conjunta dos setores da Oposição de Esquerda da UNE, para poder superar as direções burocráticas e avançar em cada medida necessária frente aos efeitos dramáticos dessa crise.

Essa é a tarefa que se coloca hoje a juventude Faísca, que está fazendo em cada local que atua, um chamado aos setores do PSOL, PCB e UP para a construção desse pólo, frente à crise profunda, ou são eles, ou seremos nós a pagar o preço, portanto que sejam os capitalistas que arquem com as contradições desse sistema de exploração e opressão que joga cada vez mais pessoas para a linha da miséria e nos assassina diariamente, enquanto garante os grandes lucros dos empresários, banqueiros e patrões.




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