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Declaração do Pão e Rosas | Enfrentar o ataque ao aborto nos EUA com a força da luta internacional das mulheres

É preciso ir às ruas contra esse ataque, contra a extrema-direita que nos odeia, arrancando, pela mobilização, o direito ao aborto legal, seguro e gratuito! A suprema corte reacionária nos estados unidos derrubou a resolução Roe vs Wade que garantia o direito ao aborto no principal país imperialista do mundo. Isso é um grave ataque da extrema-direita às mulheres estadunidenses, que arrancaram esse direito através de uma histórica luta nos anos 70, no seio da segunda onda feminista e no ascenso operário dessa época.

Pão e Rosas@Pao_e_Rosas

sexta-feira 24 de junho de 2022 | Edição do dia

Nós do Pão e Rosas, como corrente internacional de mulheres, parte da FT-QI, fazemos juz à história de luta das mulheres trabalhadoras e repudiamos imensamente esse ataque da direita trumpista. O voto de 6 juízes, que não foram eleitos por ninguém, foi capaz de derrubar um direito histórico, o que mostra que as eleições não são capazes de derrotar a extrema-direita, que tem seus interesses garantidos pelo judiciário e demais instituições do Estado capitalista. Mesmo Biden, que em sua campanha dizia que iria tornar a Roe vs Wade uma lei federal, nunca moveu uma palha para garantir esse direito às mulheres, mesmo com a mobilização recente de milhares nos EUA, contra a derrubada da resolução.

saiba mais: O que foi o caso Roe vs. Wade que a Suprema Corte dos EUA acabou de derrubar?

O judiciário e as instituições capitalistas existem para garantir os interesses da classe dominante, mantendo também a estrutura de opressão às mulheres, e atuam de forma autoritária, dessa vez, mostrando sua cara mais podre e odiosa principalmente contra as mulheres trabalhadoras negras, imigrantes, latinoamericanas, pobres. Esses setores da população ficarão completamente desassistidos, tendo que, ou ficar à mercê das burocracias de cada estado que vai escolher se podem e quem pode ou não abortar, ou mesmo ficar sujeitas a abortos clandestinos.

Esse retrocesso é também um sinal para todos os países da américa latina, onde os Estados Unidos exercem seu domínio econômico e político, mostrando que, mesmo no país que se autointitula a “democracia de verdade” a única democracia que existe é para os ricos. No Brasil, essa extrema-direita é representada por Bolsonaro, Damares e sua corja, que odeiam as mulheres, negros, lgbts e descarregam a crise nas costas dos trabalhadores. Damares quis impedir o aborto de uma criança de 11 anos, em 2021, e agora, ela e Bolsonaro repudiam o direito de uma criança de também 11 anos, grávida por estupro, de abortar.

É imprescindível enfrentar a direita e seus ataques com a unidade dos trabalhadores e das mulheres, confiando em suas próprias forças, como fizeram as feministas estadunidenses da década de 70, como fizeram as argentinas na última década, arrancando o direito ao aborto, e não em saídas eleitorais e institucionais. No Brasil, qualquer mobilização é desviada pelo PT para a chapa Lula-Alckmin, que já retirou do seu programa o ponto que falava de direitos reprodutivos, mostrado com suas alianças com a direita e com sua tradição de, em 13 anos, ter aberto caminho à reacionária bancada evangélica, que não vai avançar nesse direito das mulheres. As centrais sindicais e estudantis dirigidas pelo PT e PCdoB precisam convocar uma forte luta, construída desde as bases nos locais de trabalho e estudo, por justiça a menina de 11 anos, contra a extrema-direita e por aborto.

Essa batalha precisa se somar também a uma mobilização internacional de mulheres, que nos últimos anos mostraram serem capazes de arrancar seus direitos nas ruas, nos locais de trabalho e nas escolas. Agora, chamamos esse movimento a erguer uma forte luta internacionalmente para barrar esse retrocesso e impor o direito ao aborto legal, seguro e gratuito!




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