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FRANÇA | Encurralado pelos coletes amarelos, Macron anuncia aumento do salário mínimo

No primeiro pronunciamento após o início do movimento dos Coletes Amarelos o presidente da França Emmanuel Macron anunciou um aumento de 100 euros no salário mínimo e isenção de impostos aos aposentados que ganham menos de 2 mil euros.

segunda-feira 10 de dezembro de 2018 | Edição do dia

No último sábado (08) ocorreu mais um grande dia de luta na França. O movimento dos Coletes Amarelos iniciou contra o aumento dos combustíveis e da eletricidade e não refluiu após o governo recuar. Agora os franceses em luta impõe a Macron o aumento do salário mínimo. O valor atual é de 1.200 euros.

Macron também disse que aposentados que recebem menos de 2 mil euros por mês não precisarão pagar uma contribuição social generalizada em 2019 e informou a isenção de impostos e taxas às empresas sobre as horas extras pagas a seus funcionários até 2019.

"Gostaria de pedir a todos os empregadores que possam para pagar um bônus de fim de ano aos funcionários, estes bônus serão isentos de impostos", disse ainda Macron. "As horas extras serão pagas sem impostos ou taxas até 2019".

O governo já havia retrocedido, primeiro por um período de 90 dias e depois definitivamente, no aumento dos combustíveis.

Macron insistiu, entretanto, em manter a eliminação do imposto às grandes fortunas (ISF), odiado pelos coletes amarelos.

Ficou claro que os métodos da luta de classes de massas foram responsáveis por arrancar estes direitos de um governo imperialista. O objetivo de Macron é, com estas concessões arrancadas pela luta, desativar os próximos protestos. Pode ser tarde demais, e a manobra poderia dar mais fôlego para o movimento. É preciso aprofundar este movimento, sua organização e coordenação.

Apesar da crise econômica as medidas visam das respostas às massas francesas que têm saído às ruas com fortes questionamentos ao governo, que se estendem ao conjunto do regime político. Contra as manifestações do último sábado, que levaram novamente centenas de milhares de franceses às ruas em todo o país, Macron preparou um operativo de repressão com mais de 89 mil policiais, resultando em centenas de feridos de mais de 2 mil pessoas entre presos e detidos. Não conseguiu desmoralizar os manifestantes nem mesmo com este operativo de guerra.

Há que ver se Macron conseguirá desviar o movimento com as concessões tardias e modestas que anunciou. O movimento dos coletes amarelos abriu uma ferida profunda no interior do imperialismo francês, contra as desigualdades que afetam os trabalhadores franceses.




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