Uma pesquisa feita com 15 mil trabalhadores da saúde espalhados por 2.200 municípios do Brasil revelou a precariedade e a falta de segurança que se encontram os trabalhadores da linha de frente do combate à pandemia.
segunda-feira 22 de março de 2021 | Edição do dia
Foto: Edmar Barros/Futura Press
Divulgada na noite de ontem (21), a pesquisa realizada pela Fiocruz entrevistou 15 mil trabalhadores da saúde, em sua maioria médicos e enfermeiros. A pesquisa revela o que já pode ser visto nas UTIs colapsadas ao redor do país: profissionais da saúde esgotados e sem auxílio necessário.
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Segundo a pesquisa, 45,5% dos trabalhadores da saúde têm mais de um emprego e 43,2% disseram sentir que falta proteção à própria saúde. Entre estes que se sentem desprotegidos, quase 40% relataram falta de estrutura nos hospitais, caos no atendimento e insensibilidade por parte da patronal com os trabalhadores.
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Uma grande parcela dos entrevistados disse que está difícil de dormir e que o stress e o choro são frequentes. Recentemente, uma outra pesquisa divulgada revelou que 8 entre 10 profissionais da saúde apresentam síndrome causada por esgotamento.
Esta categoria, formada majoritariamente por mulheres, é a linha de frente do combate ao coronavírus e tem sofrido diretamente o descaso do governo negacionista de Bolsonaro, dos governadores e também do Congresso onde os golpistas recentemente aprovaram a PEC Emergencial, uma medida que irá congelar a contratação de novos profissionais da saúde.