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Em meio a pandemia, empresa LG da Silva Serviços não paga o salário e benefícios de seus funcionários há meses

Segundo várias denúncias, a empresa não vem pagando o vale-alimentação, e vale-transporte, ou sequer chegou a entregar a carteira de trabalho para seus funcionários desde o início do ano.

sábado 18 de abril de 2020 | Edição do dia

Nas últimas semanas, frente a crise pandêmica do coronavírus, nos deparamos com uma perspectiva de ataques e contrapartidas da burguesia e do governo Bolsonaro avançando cada vez mais em direção aos trabalhadores. Basta ver a tramitação da MP da morte de Bolsonaro, na qual garante, por exemplo que os empresários reduzam e cortem os salários ao seu bel-prazer.

As consequências advindas disso podem se tornar verdadeiras catástrofes sociais, mas, se pensarmos bem, tal descaso para a vida dos trabalhadores e suas trágicas consequências não são nenhuma surpresa vinda por parte dos empresários nesse sistema.

Recebemos, por via de denúncias anônimas, uma série de medidas absurdas que a empresa LG da Silva Serviços vem tomando em relação aos seus funcionários. A empresa que terceiriza serviços gerais, não vem pagando o salário de seus funcionários desde Janeiro. Assim como benefícios básicos, como vales de transporte e alimentação, quem não vem sendo repassados de acordo com os contratos desses funcionários, com muitos repasses de valores abaixo do acordado ou com nenhum repasse dependendo do mês. Por conta de diversos mecanismos de precarização envoltos nessa categoria de trabalho, esses funcionários sequer podem reclamar dessas condições, sob o risco de serem demitidos ou transferidos para unidades de trabalho mais longe ainda de seus lares.

Portanto, esse tipo de realidade precária já impera na vida de muitos trabalhadores, sobretudo os terceirizados que não possuem nenhuma instabilidade de emprego, detêm salários menores em comparação com efetivos na mesma função, assim como benefícios cada vez mais escassos. Tornam-se os alvos prediletos para o empresariado em relação a quem será descarregada a essa crise. E vemos esse odioso capítulo como mais um dos inúmeros exemplos do quão cruel pode vir a ser esse sistema e seus impactos na vida das pessoas.

Enquanto isso, nosso sistema de saúde amarga num eventual colapso, na medida onde há uma política negacionista consciente por parte de Bolsonaro para tomar medidas necessárias para aqueles que estão a mercê dessa crise, assim como toda uma série de ataques que vem condicionando a incapacidade de lidarmos com essa crise até o final, como a PEC do teto dos gastos, onde não só o mesmo, como Maia e o STF, que demagogicamente vem se contrapondo ao Bolsonaro, tomaram protagonismo para aplicarem e descarregarem a crise nos trabalhadores. Soma-se isso o fato de vermos governadores como Dória e Witzel que evidentemente não são nenhuma alternativa para salvar vidas dos trabalhadores, também se colocam enquanto setores “sensatos” aspirando um contraponto político ao Bolsonaro. Pelo contrário, representam uma política de desmonte do serviço público e precarização da vida dos trabalhadores em vários sentidos, a ponto sequer de garantir uma aplicação massiva de testes para a população.

Por isso, não podemos aceitar essa realidade onde os trabalhadores vem pagando com a vida, a crise desses mesmos que a prepararam. E isso passa por uma dura defesa dos direitos dos trabalhadores, sobretudo os informais e terceirizados, na qual as centrais sindicais, em vez de assumirem um papel inativo, como vem acontecendo, deveriam organizar uma forte campanha contra qualquer redução salaria ou demissão aos trabalhadores. E não podemos ter nenhuma confiança aos capitalistas que já vem extensamente demonstrando sua face numa situação calamitosa como essa. Dessa forma, também é necessário que nos mobilizemos para ocupar e estatizar sob controle operário qualquer empresa que feche ou descarregue essa crise, como foi o caso acima, nas costas dos trabalhadores. Só assim, combinado por uma perspectiva que venha centralizar todo o sistema de saúde sob o controle de seus funcionários que poderemos garantir até o final que não perderemos mais vidas nessa crise que se alastra mundialmente.




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