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DORIA | Em coletiva de imprensa Doria faz demagogia mas obriga milhares a trabalharem

Em coletiva de imprensa Doria busca aparentar um planejamento seguro e coerente à população frente à crise causada pelo Coronavírus, enquanto obriga milhares a continuarem trabalhando.

sexta-feira 20 de março de 2020 | Edição do dia

Na coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira, o governador de SP João Doria, decretou estado de calamidade em São Paulo e buscou transmitir para a população que se preocupa com a saúde dos trabalhadores e que terá medidas para combater o vírus.

No entanto, o discurso tratou-se de uma imensa demagogia com os trabalhadores do estado que sofrerão com todos os impactos causados pela crise. Apesar das medidas que reivindicou serem tomadas, o governador deixou bem claro que aqueles que trabalham em setores relacionados a segurança pública, saúde, pessoas em posição de comando, SETESP, SABESP, dentre outros, deverão seguir seu trabalho normalmente, incluindo as gestantes e aqueles que se enquadram em grupo de risco.

Para além disso, deixou claro que não se importa com a vida das centenas de milhares de presos, em sua maioria negros, que são obrigados a viver em enormes aglomerações nas prisões graças à superlotação do sistema prisional.

Como se não bastasse a última medida tomada em relação às empresas terceirizadas das escolas, que deixará milhares de trabalhadores, em sua imensa maioria mulheres, sem emprego frente a tamanha crise, o governador insiste em manter o lucro de empresas privadas, que se oferecem a fazer mais testes para o vírus inacessíveis para a população pobre, chegando a custar R$ 200.

Durante a coletiva, o governador procurou de todas as formas se descolar totalmente do governo Bolsonaro, fazendo críticas ao governo federal. No entanto, sabemos como o governador se elegeu em base a uma campanha ligada ao presidente e como defende todos os ataques econômicos que visam destruir a vida de milhões de trabalhadores implementados pelo governo Bolsonaro, como a própria reforma da previdência, que Doria buscou implementar no estado de SP sob violenta repressão aos professores, e que frente a essa crise, prejudica ainda mais os milhões de idosos pelo país que são as vítimas mais vulneráveis da doença.

O Governo do estado também declarou que diante do fechamento temporário da rede estadual de ensino, serão utilizados recursos para investir em um sistema de ensino a distância, o que sabemos que além de prejudicar imensamente a qualidade do ensino para as crianças e adolescentes, é um sistema inacessível para milhares de famílias que não tem acesso à internet ou redes necessárias para tal.

As contradições do discurso do governador não param por aí. É conhecido por muitos o fato de que por anos os governos do PSDB precarizaram a saúde pública do estado. Doria em seus anos na prefeitura foi responsável por cortar pela metade a verba destinada à saúde para empresas privadas. Chegou a gastar 46,2% de uma verba que deveria ser destinada para a contratação de funcionários e melhoria dos equipamentos e estrutura dos hospitais públicos, que, no entanto, foi diretamente para o bolso das instituições privadas que chegaram a receber R$ 4,9 bilhões dos R$ 10,6 bilhões pela Secretaria Municipal da Saúde, deixando claro que a única "saúde" com a qual se preocupa é a saúde financeira dos capitalistas. Para além disso, em seus anos na prefeitura o atual governador fechou 108 AMAs, provando mais uma vez seu completo descaso com a vida dos trabalhadores.

Para levarmos a sério o momento de crise pela qual passamos, é necessário dizer que os efeitos causados pela doença a milhares pelo mundo e centenas pelo Brasil, são responsabilidade de anos de precarização da saúde pública por esse governo e pelos anteriores e de investimentos do dinheiro público em instituições privadas. Por isso é fundamental defender a revogação da Lei do Teto de Gastos aprovada pelo governo golpista de Temer, assim como a taxação das grandes fortunas e o não pagamento da dívida pública, para que haja mais investimentos na saúde pública.

Todos os que necessitarem devem ter o direito de ser testados, por isso a importância de testes gratuitos para todos, medida que já provou sua efetividade em outros países que passam pela crise. Para além disso é necessário o aumento do número de leitos de UTI nos hospitais para evitar mais mortes, assim como a contratação imediata de mais profissionais de saúde.

Para combater de fato a morte de milhares pelo país, é preciso a implementação de um sistema único e centralizado de saúde, controlado pelos trabalhadores e pela população, como única forma de garantir o pleno atendimento para todos.




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