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SAÚDE PÚBLICA DE MG | Em Belo Horizonte, trabalhadoras da saúde protestam em hospital pela falta de EPIs

Trabalhadores da saúde e do setor administrativo da Fhemig, em Belo Horizonte, realizaram uma paralisação, contando com 70% do pessoal da unidade, nesta sexta feira, 15 de Maio, contra a falta de equipamentos de proteção e o não afastamento de profissionais que pertencem ao grupo de risco para a Covid-19.

sexta-feira 15 de maio de 2020 | Edição do dia

Trabalhadores da saúde e do setor administrativo da Fhemig do Hospital Maternidade Odete Valadares, em Belo Horizonte, realizaram uma paralisação, contando com 70% do pessoal da unidade, nesta sexta feira, 15 de Maio, contra a falta de equipamentos de proteção e o não afastamento de profissionais que pertencem ao grupo de risco para a Covid-19, entre outros problemas. De acordo com a diretora executiva do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde), Neuza Freitas, “O principal ponto é a falta de equipamentos de proteção individual, principalmente máscara e capote. Vários trabalhadores denunciaram, inclusive, o uso de máscara de pano, comprada com o dinheiro deles próprios. Muitos também estão trabalhando com roupa de casa, o que não pode”.

Neuza denuncia “Também a questão de transporte dos pacientes, que está sendo feito de forma inadequada. Os pacientes com suspeita ou confirmação de coronavírus têm que ser transportados em uma ambulância equipada e preparada para isso, e o trabalhador que faz o transporte tem que estar totalmente paramentado, o que não está acontecendo”.

Outra denúncia, agora vinda diretamente dos trabalhadores que realizam a paralisação, vem de Francisco de Assis, que atua há mais de 20 anos na Maternidade Odete Valadares, e sofre de diabetes e pressão alta mas não foi afastado pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), responsável pela unidade, apesar de pertencer ao grupo de risco.

A técnica de enfermagem Gesliane Germano conta que os profissionais da saúde estão recebendo duas máscaras cirúrgicas por plantão, que dura 12 horas. “O ideal seriam quatro. Os funcionários do administrativo têm usado máscara de pano. Às vezes, nós, que estamos na linha de frente, estamos recebendo máscara artesanal que a Fhemig recebe de doação. Não é adequado, porque não fornece proteção”, afirma.

Demandas:

“A principal reivindicação é a extensão da gratificação, concedida somente para a categoria médica, aos demais trabalhadores da saúde. Pedimos também a inclusão de representação dos trabalhadores da saúde na comissão de combate ao coronavírus e também o afastamento daqueles que pertencem ao grupo de risco”, diz Neuza Freitas.

Os servidores também pedem a manutenção dos leitos de psiquiatria do hospital Galba Velloso – a unidade vai receber pacientes internados em hospitais da Fhemig que não estejam com Covid-19.

Nós do Esquerda diário manifestamos toda solidariedade à luta dos profissionais que estão na linha de frente no combate a pandemia, neste momento em que o Brasil já teve quase 200 mil profissionais da saúde com suspeitas de contrair o Covid-19 até quarta feira (13), segundo dados do próprio Ministério da saúde. Com 31,7 mil casos confirmados. Viemos defendendo que todos os hospitais e laboratórios privados sejam estatizados, sem indenização aos capitalistas, e centralizados nas mãos dos trabalhadores da saúde e dos usuários.

A pandemia mostrou que o mundo não funciona sem os trabalhadores, e os hospitais e laboratórios não são diferentes. Enfermeiros e técnicos de enfermagem, bem como setores administrativos, nutricionistas, médicos, biomédicos, farmacêuticos e trabalhadores da limpeza são parte do corpo de trabalhadores que fazem a assistência em saúde existir. Todos os processos e medidas necessárias para garantir o funcionamento dos aparelhos de saúde, como tomar decisões acerca da quantidade de trabalhadores em cada setor ou dos aparatos médico-farmacêuticos necessários para garantir o melhor atendimento devem estar nas mãos daqueles que fazem com que tudo funcione.

Por isso, mobilizações como a efetuada hoje pelos profissionais de saúde do Hospital Maternidade Odete Valadares, são um primeiro passo para que a exigência por melhores condições de trabalho se transforme em auto organização destes trabalhadores, os únicos que podem dar uma saída real a crise sanitária que só se aprofunda no Brasil de Bolsonaro, Mourão e os militares.




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