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PRIVATIZAÇÃO | Eletrobras sob a mira dos golpistas. Por uma estatal sob controle dos trabalhadores

A principal empresa de energia elétrica da América da Latina caminha a ser privatizada pelos planos de Guedes, mas com aval de parte de PDT e PSB. Bolsonaro largou Manaus sem oxigênio e o Amapá sem luz, privatizando a Eletrobras presidente quer isso para todo Brasil. Lutemos contra a privatização e por uma Eletrobras 100% estatal e sob controle dos trabalhadores!

Calvin de OliveiraEstudante de Geografia da UFF - Niterói

sexta-feira 21 de maio de 2021 | Edição do dia

Foto: Edu Andrade/Ascom/ME

As imagens do Amapá são memórias ensurdecedoras para o que se pensa sobre a privatização de uma empresa de energia elétrica nacional. A Eletrobras possui uma capacidade instalada para produção de 39.413 MW, sendo assim a maior companhia do setor de energia elétrica da América Latina, produzindo cerca de 38% da energia gerada no Brasil. As linhas de transmissão de energia pertencentes à empresa tem quase 60.000 km de extensão, 56% do total de linhas de transmissão do Brasil.

O projeto então do regime, que vem desde de Michel Temer mas hoje ganha destaque com Guedes e é aprovado pela Câmara dos deputados, é de abrir mais ações da empresa ao capital privado, diminuindo a participação da União( e do BNDES). Assim, se escancara o controle do capital privado na energia elétrica brasileira, deixando à mercê da bolsa de valores os interesses das grandes maiorias.

Já falamos aqui: Reduzir as contas de energia ou vender a Eletrobras? Avança a privatização e a miséria na pandemia

De acordo com dois professores da UFRJ, a privatização deixa o país tanto à beira de apagões como o do Amapá e com tarifas mais caras - já que o projeto atende ao lobby das oligarquias do nordeste. Sem auxílio emergencial, com desemprego batendo recordes no país, população pode se ver pagando tarifas altíssimas sem ter luz em casa, como aconteceu no Amapá no fim do ano passado.

Projeto bolsonarista é de aprofundar laboratório da precarização, como aponta Iuri Tonelo, com a pandemia em 442 mil mortos, o teatro da CPI que não resolve os problemas do país( e da covid-19), a queda expectativa de vida da população e os cortes nas universidades federais. Paulo Guedes, entusiasta do modelo neoliberal chileno, fundador do BTG Pactual, que um novo Chile pinochetista no Brasil. O principal projeto de oposição nesse momento é o de Lula, mas o ex-presidente decidiu sentar-se com Fernando Henrique Cardoso, esse mesmo, responsável pelas privatizações do 90 como a da Vale, responsável pelos desastres de Brumadinho e Mariana.

Veja: Enquanto brigam na CPI, governo, Congresso e STF se juntam para passar combo de ataques

Ao mesmo tempo que Lula se declara contra a privatização da Eletrobras, acena ao capital privado com a possibilidade de abertura de capital(privatização!) da Caixa Econômica Federal - algo que Paulo Guedes quis se adiantar ao petista. Além de sentar e sair moralizado das conversas que teve com o Centrão nesses últimos tempos, o mesmo setor que agora aprovou a privatização.

No dia 29 de maio, estão sendo chamadas diversas manifestações por um Dia pelo Fora Bolsonaro, recentemente Boulos se somou à esse chamado, o mesmo que se aliou a PDT e PSB para prefeitura de São Paulo, que ontem parte votou à favor da privatização. É necessário que o dia 29 também some um chamado contra as privatizações, que a juventude junto com os trabalhadores unifiquem as lutas em defesas das universidades mas também contra as privatizações. É papel da UNE e das centrais sindicais como CUT e CTB, dirigidas pelo PT e PCdoB, unificar e organizar essas lutas desde as bases.

Saiba mais: Deputados do PDT e PSB votam a favor do ataque que privatiza Eletrobrás

Como uma resposta a privatização da Eletrobras, uma empresa 100% estatal e sob controle dos trabalhadores poderia não cobrar tarifas dos mais pobres enquanto melhoraria os serviços das grandes maiorias. Não interessados nos lucros de poucos acionistas, um controle dos trabalhadores não permitiria um novo Amapá acontecer, deixando hospitais sem luz enquanto os ricos tinham gerador. Por isso, contra o projeto neoliberal, lutamos pela estatização sob controles dos trabalhadores de todas as empresas privatizadas.




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