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Educadores de MG em greve batalham pra vencer, apesar do boicote da direção do SindUTE-MG

A greve dos professores da Rede Estadual de Minas Gerais iniciada dia 8 de março, por legítima vontade e decisão da categoria em assembleia, entra hoje no seu quadragésimo dia de luta.

quarta-feira 18 de abril de 2018 | Edição do dia

Foto: Gill de Carvalho/SindUTE-MG

Como se não bastassem todos os ataques sofridos vindos do governo de Pimentel, que não paga o que deve aos professores, e cujo secretário chamou os professores de "idiotas"; como se não bastasse a mídia veiculando inverdades e tentativas de desqualificação de todos os lados, agora a categoria passa a enfrentar dura resistência da direção central do SindUTE/MG à continuidade da greve.

Depois de tensa e polêmica assembleia realizada no último dia 10, a categoria decidiu de forma corajosa, contrariando a orientação da direção da central, dar continuidade à sua greve pois não aceitaram acabar com a greve sem nada em mãos, agregando para Pimentel.

Desde então é notório à categoria o descaso e situação de abandono da parte da direção do SindUTE-MG com o movimento de greve desde a última assembleia. Sem um calendário de atos. Além de boicote a propostas de auto-organização da greve, como a que foi feita pelos professores da Escola Estadual Helena Guerra de um comando de greve metropolitano.

Apesar desse boicote contamos com apoio de estudantes e da comunidade escolar, que fizeram atos em apoio à nossa greve essa semana:

Contamos também com o apoio dos estudantes da UFMG:

Além da força que chegou para a nossa greve dos professores de São Paulo que derrotaram Dória e também tiveram a direção sindical como um obstáculo para sua luta e só venceram quando tomaram a greve em suas mãos. Obrigando o sindicato a lutar:

Assim chegamos hoje a mais uma assembleia.

Além de tentar acabar com a greve tentando ensaiar um ilusório discurso de avanço com uma PEC que não representa nenhum ganho real e que sequer foi votada ainda, a direção do SindUTE-MG vem revoltando os professores com denúncias sérias de boicote à assembleia de hoje. Parece inacreditável mas é por isso que estamos passando. Denúncias seríssimas foram feitas ontem pelas redes sociais.

Segundo tais denúncias, a Subsede Varginha do SindUTE-MG inviabilizou a participação de professores que demonstrassem oposição à direção do sindicato nas caravanas que vêm para Belo Horizonte hoje. Em claro boicote antidemocrático a direção tenta impedir de todas as formas a participação daqueles que tentam quebrar seu discurso, tentando assim hegemonizar a assembleia de hoje.

Além disso, dentro da própria região metropolitana de Belo Horizonte não se vê qualquer esforço do SindUTE-MG para fornecer ônibus aos trabalhadores para irem à assembleia, prática essa muito diferente de todo o decorrer da greve.

Essa forma desesperada de agir pelo desmonte da greve e de arrego para Pimentel, demonstra que a base tem força para ter autonomia de sua greve e mostra um desrespeito à assembleia e às decisões coletivas estabelecidas nela.

Não é assim que construímos nosso histórico de lutas e não é dessa forma que nos calarão!

O sindicato tem que representar toda a categoria e não apenas os seus aliados políticos, ninguém pode ser impedido de se expressar em assembleia.

Por isso, exigimos o respeito da direção do SindUTE-MG às decisões da categoria. Essa greve é nossa e sem boicote à greve podemos vencer. Para isso precisamos tomar os rumos da greve em nossas mãos e exigir que o sindicato esteja à frente das necessidades da luta para sermos vitoriosos.

Exigimos que a CUT, CTB, UNE e UBES cumpram seu papel, decisivo para fazer a greve ser vitoriosa, e partam para a ação desde as bases que dirigem pra mostrar que vão deixar de lado sua trégua com Pimentel. Mas não podemos confiar.

Sabemos que nesse momento as organizações ligadas ao PT só farão algo se forem pressionados. Então, cabe à esquerda ser a primeira a mover ações nos sindicatos e entidades estudantis que dirigem para pressionar as grandes centrais e entidades estudantis ligadas à CUT e à CTB. O PSOL e as intersindicais, o PSTU e a Conlutas, que vem apoiando a greve de professores, devem cobrir a greve da educação de Minas Gerais de solidariedade, estadual e nacionalmente, com ações de visibilidade em apoio à nossa luta. Além de mover seus parlamentares como as do PSOL em Belo Horizonte.

Leia também: Professores do interior de MG dão passos para tomar a greve em suas mãos




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