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RIO GRANDE DO SUL | Eduardo Leite não paga em dia e ainda quer reduzir salários dos servidores

A carta endereçada ao STF, assinada pelo secretário da fazenda do Rio Grande do Sul junto a secretários de outros 8 estados, pleiteia o corte de expediente e consequentemente a redução salarial dos servidores. Assim como Sartori, a resposta de Leite à crise do estado é cortar do bolso dos trabalhadores.

sexta-feira 8 de fevereiro de 2019 | Edição do dia

A medida faz parte da neoliberal Lei de Responsabilidade Fiscal, mas estava travada por uma medida cautelar. Os ministros do STF decidirão pela legalidade ou não do pedido, que autorizará os estados a cortar as escalas de trabalho e o salário com o pretexto de estabilizar as contas.

Eduardo Leite chegou a afirmar: "Os Estados possuem 70% de suas receitas consumidas com folha de pagamento. Não é só reduzindo consumo de energia e de combustível que se vai resolver o problema fiscal dos Estados. Vamos ter de discutir a folha de pagamento".

Para quem tinha esperanças de que o tucano pudesse significar “algo novo” no cenário gaúcho, Leite vem mostrando reiteradas vezes que pretende manter uma agenda a là Sartori com sua cruzada pelas privatizações e os ataques aos servidores, como busca fazer agora e como já fez ao atrasar os salários de fevereiro. Está compromissado em descarregar a crise econômica nas costas dos trabalhadores e da maioria da população, e não fazer com que os capitalistas paguem pela crise que eles mesmos criaram.

O documento foi assinado pelos secretários dos governadores Wilson Witzel (PSC) do RJ; Romeu Zema (Novo) de MG; Eduardo Leite (PSDB) do RS; Ronaldo Caiado (DEM) de GO; Ratinho Júnior (PSD) do PR; Camilo Santana (PT) do CE; Helder Barbalho (MDB) do Pará; Renan Filho (MDB) de AL; e Reinaldo Azambuja (PSDB) do MS. Ainda, conta com o apoio de João Doria (PSDB), governador de São Paulo.

Não é à toa que recorrem ao STF, este foi pilar do golpe institucional e, como afirmou seu presidente Dias Toffoli, está comprometido com a aplicação dos ajustes neoliberais, propondo um “pacto entre os poderes” pra aprovar a Reforma da Previdência de Bolsonaro, Paulo Guedes e da burguesia.

A trégua que as centrais sindicais estão dando a Bolsonaro a nível nacional, e a Leite no Rio Grande do Sul, é funcional à aplicação de tais medidas, uma vez que deixa os ataques passar sem resistência nos marcos de uma oposição meramente institucional. O PT e o PCdoB, que controlam a maioria dos sindicatos através da CUT e da CTB, facilitam o caminho da aprovação desses ataques ao não oferecer nenhuma resistência real, ao promover a passividade. O caso da direção central do CPERS é categórico: estão dialogando com Leite ao invés de organizar uma forte resistência. A nível nacional um de seus governadores, Camilo Santana do Ceará, assinou essa carta absurda, mostrando como o PT se alia com inúmeros golpistas e direitosos para atacar os trabalhadores.

No Rio Grande do Sul, que está em uma das piores condições financeiras entre os estados, os servidores enfrentam já há anos constantes parcelamentos e atrasos de salário e toda a população sofre com o contínuo desmonte dos serviços públicos. Aqui os sindicatos precisam urgentemente romper a trégua com Eduardo Leite organizando os trabalhadores em assembleias e comitês para lutar contra os ataques de nível estadual e também federal. O CPERS possui um papel importante nesse sentido.

Só com uma ampla mobilização e organização dos trabalhadores será possível barrar os ataques de Bolsonaro e Leite. Deve-se tomar por exemplo a massiva greve dos professores de 2017, que arrastou consigo diversas outras categorias e estremeceu o estado contra os ataques de Sartori, conseguindo barrar o pacote de privatizações de Sartori.




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