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RACISMO | EUA: arte contra o apoio de Trump aos supremacistas brancos

Em jornais como The New Yorker e The Guardian, os ilustradores condenaram o apoio do presidente aos nacionalistas e nazistas após os incidentes de Charlottesville.

sexta-feira 18 de agosto de 2017 | Edição do dia

EUA: arte contra o apoio de Trump aos supremacistas brancos

Imagem da capa: The Guardian

Os recentes acontecimentos de Charlottesville comoveram o mundo. Sexta-feira passada supremacistas brancos – contando com a presença de neonazistas e membros do Ku Klux Klan – marcharam com tochas pelo campus da Universidade de Virgínia. Entre as palavras de ordem era possível escutar “os judeus não nos substituírão”. No dia seguinte esses grupos nefastos convocaram uma manifestação que se opôs à manifestação antifacista. James Fields, um xenófobo de 20 anos, atropelou com seu carro 19 pessoas, matando Heather Heyer, assistente legal e ativista pelos direitos civis.

Em suas primeiras declarações, Donald Trump se negou a condenar os racistas e nazistas. Em contrapartida falou de violência que vinha de “muitos lados” (“many sides”) e não se referiu às vítimas.

(“Você é odiado por muita gente. De muito lados”, declarava uma vinheta do jornal New Yorker)

Ainda que nessa segunda-feira o presidente tenha feito um comunicado oficial – escrito por outra pessoa – onde finalmente criticou os responsáveis do ocorrido, no dia seguinte voltou com suas declarações habituais. Segundo ele, os supremacistas brancos “tinham permissão para se manifestar” e além disso, “havia gente de bem” entre eles que só queriam defender um monumento e a história dos Estados Unidos. Vale ressaltar que a estátua em questão não era outra senão a de Robert E. Lee, um herói confederado por ter lutado pelo Sul escravista na Guerra Civil. O presidente acrescentou ainda que além de responsabilizar a extrema direita (alt right), é necessário culpar também o que ele chamou de “extrema esquerda” (“alt left”).

Diversos desenhistas denunciaram esse discurso. Por exemplo David Plunkert, do New Yorker, que afirmou que Trump “está dando corda a esses grupos de ódio como se quisesse mantê-los próximos como base para voto”. Na ilustração, se vê Trump sozinho em um barco frágil sobrando uma vela do Klan:

Efetivamente os nacionalistas brancos sentiram o apoio de Trump. O antigo líder do KKK, David Duke, alegou: “Obrigado presidente Trump pela sua honestidade e coragem ao dizer a verdade”. O racista Richard B. Spencer, que participou da marcha de sábado, qualificou as falas do presidente como “justas, sensatas e com os pés no chão”.

A linha racista, xenófoba e reacionária de Trump abriu uma crise política. O repúdio se expressou na arte:

(“Façamos América branca outra vez” contra o slogan da campanha de Trump “Façamos América grande outra vez”).

(“MaKKKe América great again”, em referência a seu apoio a Ku Klux Klan).




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