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PROVOCAÇÃO E PREPOTÊNCIA IMPERIALISTA | EUA ameaçam usar “todos os meios” para repatriar mercenários que invadiram a Venezuela

Na tarde desta quarta-feira, Mike Pompeo fez declarações sobre os ex-boinas verdes que, como parte da empresa de mercenários SilverCorp, foram capturadas na fracassada ação militar na costa do país.

quinta-feira 7 de maio de 2020 | Edição do dia

A moral dupla e a arrogância imperialista se fazem presentes mais uma vez. Ex-militares ativos dos Estados Unidos, como parte do "trabalho" de uma empresa norte-americana, treinaram militares dissidentes e participaram com eles de uma tentativa de ação militar no território venezuelano para tentar derrubar o governo local, de acordo com suas próprias declarações. O governo Trump, que com sua política intervencionista, agressões econômicas, apoio aberto a tentativas golpistas e ameaças militares, paga para que surjam esse tipo de ações, depois do fracasso retumbante dessa aventura revogada, mas exige que devolvam seus mercenários e ameaça avançar com medidas para conseguir isso.

Como é de conhecimento público, entre a madrugada de domingo 03 e segunda-feira 04 de maio, ocorreu uma série de incidentes nos litorais da Venezuela, como parte da chamada “Operação Gideon”. Algumas dezenas de militares dissidentes das Forças Armadas da Venezuela tentaram chegar ao continente, sendo repelidos em La Guaira (onde 8 morreram) e outro grupo semelhante preso em Chuao. Hoje, outro participante foi capturado, também em uma das cidades nas costas de Aragua, desta vez em Cepe. O militar venezuelano Javier Nieto Quintero, que está no exterior, enviou uma mensagem junto com Jordan Goudreau, outro ex-boina verde, representante da empresa de mercenários, reivindicando a ação e chamando as Forças Armadas e o povo para apoiá-los.

Em uma entrevista com Patricia Poleo, jornalista de direita radicada nos Estados Unidos, Goudreau divulgou um contrato assinado com Juan Guaidó - peão e um protegido de Washington - e seu consultor político, J.J. Rendón, para financiar e apoiar a incursão. Ele afirma que Guaidó e o governo colombiano não cumpriram o que foi acordado. O grupo em questão treinava na Colômbia há meses, sob a direção da empresa estadunidense ... e com o apoio, é claro, do governo Duque e dos Estados Unidos.

Mike Pompeo, responsável pela política externa estadunidense, declarou ontem que seu governo não estava por trás da ação dos dias anteriores. Mas, como para não deixar de mostrar a arrogância daqueles que agem como se fossem juízes e policiais do mundo, ele acrescentou: "If we were involved it would have gone differently" ("se estivéssemos envolvidos, teria acabado diferente").

Mas ele não apenas disse isso, mas também alertou: "Se o regime de Maduro decidir retê-los, usaremos todas as ferramentas à nossa disposição para trazê-los de volta". Vamos imaginar o que aconteceria se alguns mercenários de origem venezuelana (ou qualquer país latino-americano) participassem de uma incursão militar no território dos Estados Unidos com o objetivo de derrubar o governo norte-americano. Certamente, o governo ianque afirmaria seu direito de retê-los e julgá-los, certo? Mas, como são mercenários ianques que tentaram entrar no território de um país latino-americano para derrubar o governo desse país, os Estados Unidos querem garantir-lhes impunidade, negam o direito do país atacado de julgá-los e ameaçam usar todo o seu poder para isso.

Como aponta a declaração da Liga de Trabalhadores pelo Socialismo (LTS) - organização irmã do MRT e impulsionadora do La Izquierda Diario Venezuela - publicada ontem, essas ações fazem parte do quadro mais geral das agressões imperialistas dos Estados Unidos contra a Venezuela. No texto, apontam que seu rechaço e condenação dessas ações de forma alguma implica em dar apoio político ao regime Maduro e às Forças Armadas, e alertam contra o provável uso desses atos pelo governo nacional para aprofundar o corte de liberdades democráticas do povo trabalhador. Escrevem:

"Diante dessas incursões, rechaçamos totalmente que o país seja objeto da ação dessas excrescências da política imperialista dos EUA, como são os "contratistas", que não são mais do que empresas privadas para empreender com as guerras de invasão dos Estados Unidos e lucrar com o sangue dos povos sobre os quais o imperialismo ianque põe os olhos. É sob o amparo das invasões e guerras que os Estados Unidos impõem a outros povos, deixando devastação e morte em massa, que esses cães de guerra se desenvolvem”.

As declarações de Mike Pompeo mostram com total insolência a arrogância imperialista com a qual Washington se relaciona com os países da região, buscando relações de submissão semicolonial. Uma política da qual o setor de oposição de direita representado por Guaidó é abertamente tributário.

Redação La Izquierda Diario Venezuela

Texto de origem em castelhano aqui.
Tradução para o Esquerda Diário: Caio Reis.




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