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CORONAVÍRUS E LUTA DE CLASSES | EUA: Trabalhadores da Amazon fazem greve em todo o país

Provavelmente seja a maior ação nacional coordenada contra a exposição ao vírus à qual são submetidos os trabalhadores da Amazon nos Estados Unidos desde que começou a pandemia.

terça-feira 21 de abril de 2020 | Edição do dia

Centenas de trabalhadores dos armazéns da Amazon em 71 instalações em todo o país anunciaram que deixarão de trabalhar nos próximos dias para protestar contra a forma de lidar com a crise do coronavírus pela Amazon nos armazéns da gigante de logística. É a maior ação massiva contra a empresa desde o começo da pandemia.

Nos últimos dias, a Amazon confirmou ao menos 75 casos de coronavírus e 25 trabalhadores faleceram em mais da metade das suas 110 instalações de armazenamento, os especialistas advertiram que o número de casos positivos “provavelmente aumente exponencialmente” nos próximos dias e meses devido a falta de Amazon em implementar um plano nacional de segurança efetivo para seus armazéns.
Amazon implementou uma série de políticas durante a pandemia, que incluem o aumento de U$2 por hora nos salários e duas semanas de licença remunerada por doença apenas para aqueles que testem positivo para o coronavírus. Os organizadores dizem que a pressão pública e a organização dos trabalhadores tem cumprido um papel importante para que a Amazon amplie as medidas de proteção dos trabalhadores, mas que os equipamentos de segurança os protocolos de limpeza e as licenças seguem sendo insuficientes para frear a propagação do vírus nos armazéns e nas cidade onde moram os trabalhadores. Jeff Bezos, o dono da Amazon e o homem mais rico do planeta, vem aumentando seus lucros pela crescente demanda do serviço de entrega a domicílio, e aproveita a situação de desemprego para abaixar os custos e maximizar os lucros em meio à pandemia mundial.

Muitos das centenas de trabalhadores tem se comprometido a participar nas ações massivas lideradas pelas organizações sindicais de base United for Respect, New York Communities for Change e Make The Road New York, que fizeram o chamado para esta terça-feira. Aqueles que não foram convocados para trabalhar hoje farão greve no seu próximo turno.

As greves a nível nacional acontecem após as greves nos centros de distribuição da Amazon em Queens, Staten Island e Detroit, e faz com que pareça cada vez mais como se existisse uma crescente vontade por uma greve geral dirigida pelos trabalhadores da primeira linha como os trabalhadores da saúde ou dos supermercados. Os trabalhadores da Whole Foods, Instacart e muitas outras empresas em todo o país tem organizado greves nas últimas semanas. Nesta segunda-feira o parque de diversões Disney vai deixar de pagar 100.000 trabalhadores. A situação da classe operária é cada vez mais uma panela de pressão com os 22 milhões que fizeram o trâmite para acessar o fundo de seguro desemprego e os milhões de precarizados. As greves que aumentam em todo o país, que alcançam estes níveis de coordenação, são um importante exercício de luta de classes para o próximo período.

Originalmente publicado em espanhol no La Izquierda Diario, integrante da Rede Internacional La Izquierda Diario, assim como o Esquerda Diário.




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