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IMPEACHMENT | É urgente um plano de lutas contra o impeachment, os ataques do PT e as demissões

Sem a classe trabalhadora e a juventude entrar em cena com os seus métodos, vai seguir se fortalecendo o golpe institucional por cima, e que não vai ser com showmício que vai ser barrado. É urgente obrigar a que a burocracia sindical e estudantil rompa sua subordinação ao governo e convoque um plano de luta.

Diana AssunçãoSão Paulo | @dianaassuncaoED

quinta-feira 14 de abril de 2016 | Edição do dia

Novos partidos e parlamentares declararam aderir ao impeachment. Os partidos de direita que Lula tentou atrair para salvar o governo do impeachment votaram que se posicionarão a favor do impeachment. São eles o PP de Maluf, o PSD de Kassab e o PTB de Roberto Jefferson. Agora a negociação que estava no atacado terá que ser feita no varejo. Esta situação coloca ainda mais o impeachment como possibilidade.

Nos posicionamos diariamente, no Esquerda Diário e em cada local de trabalho e estudo afirmando como o impeachment é uma manobra reacionária, um golpe institucional que visa sequestrar das mãos de milhões de eleitores para colocar nas mãos de parlamentares corruptos o destino da nação. Nos posicionamos contra o impeachment e não nos comprometemos em nenhuma vírgula com um governo que acordou a entrega do pré-sal, a lei antiterrorismo, o massacre de povos indígenas e a indiferença frente às demissões em massa. Ao contrário de apoiar este governo chamamos a nos mobilizar contra seus ataques.

O PMDB de Temer e Cunha, junto aos tucanos, ao DEM e vários outros partidos querem, com apoio de diversas patronais, o impeachment para implementar um outro ajuste. Mais duro, mais rápido. Temer já declarou isso abertamente no áudio “vazado”, que seriam necessários “sacrifícios”.

Só chegamos nesta situação de ofensiva da direita graças ao PT governar todos estes anos se aliando a ela, a tentar nesta crise se salvar negociando mais e mais com a mesma direita. Oferecendo cargos e benefícios.

Também só chegamos nesta situação porque as entidades de massa dirigidas ou influenciadas pelo PT e pelo governismo fizeram de tudo, em mais de uma década para não desenvolver nenhuma luta séria contra os ataques feitos pelo “seu” governo, foi um limite para a solidariedade e potencial de luta contra os ataques de outros governos, mesmo quando eram governos tucanos, e não desenvolveram nenhuma luta contra as demissões. Enquanto corre a crise política, as patronais demitem a torto e direito, sobretudo na indústria. Com tanta passividade as patronais se sentiram com coragem de ir por mais. Não à toa a FIESP é uma das capitãs do impeachment.

O impeachment não será derrotado com meros showmícios, e mesmo se for, o que emergirá será um governo Lula-Dilma que promete uma outra agenda de ajustes, mas que mesmo assim atacará a classe trabalhadora, em meio a demagogias, alguma concessão, minúscula a alguns movimentos sociais, mas ataques estruturais como uma possível reforma da previdência. Será um governo para recompor uma unidade com os empresários disse hoje Dilma, que chamou uma “pactuação” caso barre o impeachment, e não pode haver “pacto” com essa direita sem um governo que segue atacando.

Diante da gravidade da situação deste golpe institucional e da crescente gravidade dos ajustes que levam funcionários públicos a não terem seus salários pagos em alguns estados, a crescente onda de demissões na indústria, a classe trabalhadora tem que dar uma resposta. Reafirmamos que a única forma de derrotar o impeachment e estes ataques é que os sindicatos, a CUT, a CTB, a UNE, e movimentos sociais rompam sua subserviência com o governo e convoquem imediatas assembleias para que a classe trabalhadora derrote o impeachment e se coloque de pé em defesa de suas reivindicações como a defesa dos empregos e contra os ajustes. Essa batalha foi aprovada em assembleia no Sindicato dos Trabalhadores da USP, e estamos levando junto a trabalhadores do metrô, da indústria, professores e diversas outras categorias, e consideramos que se torna cada vez mais urgente, independente do resultado da votação de domingo.




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