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MÉXICO | É urgente um encontro nacional de lutas e conquistar uma ferramenta política dos trabalhadores

Sergio MoissenDirigente do MTS e professor da UNAM

segunda-feira 24 de agosto de 2015 | 02:21

Mais de 13 entidades da república Seções relativas ao Comitê Nacional Democrático do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Educação (CEND SNTE) impulsionaram uma greve contra a Reforma Educacional. Este 24 de agosto se apresenta como uma importante oportunidade para seguir organizando a luta do magistério.

As seções da Baixa Califórnia Sul, Distrito Federal, Guanajuato, Puebla, Jalisco, Hidalgo, Michoacán, Querétaro, Quintana Roo, Tabasco, Tamaulipas, Veracruz e Valle de México, decidiram impulsionar uma greve nacional do magistério em comum contra a Reforma Educacional.

Esta greve foi retomada pela Seção 36 do SNTE, um dos bastiões do "charrismo" sindical da burocracia de Elba Esther Gordillo. Segundo comunicados do CEND do SNTE, esta greve será acatada por mais de 400 mil trabalhadores da educação.
A Coordenadoria Nacional de Trabalhadores da Educação (CNTE) declarou que neste 22 de agosto se realizará uma assembléia nacional e decidirão se se somam à ação. Segundo a Radio Fórmula a Seção 22 e a Seção 7 ainda não se decidiram se se somarão.

Faz dois dias a Seção 22 determinou em sua assembléia estatal adiantar o início do ciclo escolar para o último 20 de agosto, ou seja, 4 dias antes do que marcava o calendário oficial da Secretaria de Educação Pública (SEP). Em meio a militarização de Oaxaca, a Seção 22 tem realizado manifestações de mais de 90 mil pessoas em 27 de julho e no 14 de agosto.

A Seção 22 enfrenta mais de 30 ordens de apreensão e o congelamento da contribuição sindical assim que se deu o desaparecimento do Instituto Estatal da Educação de Oaxaca (IEEPO).

É urgente a unidade

É importante que a próxima Assembléia Nacional Representativa Ampliada (ANR) da CNTE resolva retomar o caminho da mobilização unificada e respalde o chamado do CEND do SNTE.

É chave enfrentar a Reforma na Educação em unidade e impulsionar um encontro nacional de delegados de base que inclua os membros da CNTE e mais setores descontentes no interior da SNTE.

É urgente a unidade de todos os setores em luta. A luta dos professores sa Seção 22 é a luta de todos os trabalhadores do país. Em primeiro de agosto vimos a emergência dos trabalhadores da saúde. Em uma importante manifestação os trabalhadores do Instituto Mexicano do Seguro Social se manifestaram contra a privatização da saúde pública.

Também os petroleiros tem denunciado que com a nova Reforma Energética se impõem aposentadorias forçadas e demissões injustificadas, mais duros ataques ao Contrato Coletivo. Na fronteira de Cd. Juaréz mais de 120 trabalhadores sairam em greve na transnacional Foxconn, denunciando os péssimos salários e também péssimas condições de trabalho.

Este governo antioperário, leva na inaniçãohá 8 anos os mineiros de Cananea, Taxco e Sombrerete. Nesse contexto o Sindicato Nacional Minero, dirigido por Napoleón Gómez Urrutia, tem depositado uma enorme confiança na negociação com o Estado.
O governo está endurecido com os que lutam. Ao mesmo tempo que militarizou o Estado de Oaxaca para dar um golpe à Seção 22, segue sem cumprir os acordos aos mais de 30 mil jornaleiros de San Quintín em Baixa Califórnia. Como se fosse pouco, Gustavo Labastida Andriano, dirigente do Sindicato independente de Trabalhadores de Sandak em Tlaxcala, foi preso logo que a greve na fábrica de sapatos cumpria mais de 4 anos.

O conflito do sindicato Mexicano de Eletricistas, membros da Nova Central de Trabalhadores, ainda nao se resolveu. Ao contrário, a lógica do governo federal é destruir o sindicato e levar os mais de 15 mil trabalhadores em resistência ao desespero e ao desgaste.

É chave, vital, a unidade de todas as lutas. A unidade dos trabalhadores da educação contra a reforma, os trabalhadores do IMSS contra a privatização da saúde, os petroleiros contra a Reforma Energética, os trabalhadores da maquiladora em Chihuahua de Foxcoon e EATON, os trabalhadores do SME e da NCT, os trabalhadores de Sandak, os jornaleiros de San Quintín.

A União Nacional de Trabalhadores (UNT), que se reivindica democrática, deve se colocar à cabeça da solidariedade e não "fazer saudação à bandeira" sem mobilizar a base.

Se faz urgente um encontro nacional de todas as lutas que também integrem as demandas mais sentidas da população: a apresentação com vida dos 43 estudantes normalistas de Ayotzinapa, o julgamento e punição aos assassinos de Rubén Espinosa e Nadia Vera, em especial Javier Duarte, governador de Veracruz, e começar a discutir como conquistamos uma ferramenta política independente e dos trabalhadores.

Enquanto somos a maioria, nós, que vendemos nossa força de trabalho para sobreviver, não é correto que apoiemos os partidos políticos dos empresários e patrões. Os professores, petroleiros dissidentes, os smeítas e jornaleiros de San Quintín, por mencionar um setor de lutas atuais, podem encabeçar um movimento deste tipo.

Nós trabalhadores não devemos apoiar aos partidos patronais, PRI, PAN, PRD. No caso da direção do MORENA, sustenta uma política que não chama a lutar para por abaixo este regime assassino; sem isso, as justas reivindicações dos milhões de trabalhadores e jovens (muitos dos quais votaram no MORENA) não serão resolvidas. É inerente a construção de uma ferramenta dos trabalhadores para conquistar nossa própria representação política: pra além de resistir aos planos, é de vital importância nossa organização política.

Este chamado também pode coincidir com a Assembléia Nacional Popular que encabeçam os pais de Ayotzinapa em Guerrero que agrupa dezenas de organizações populares. Grita a unidade nacional e desenvolver a mobilização a um ano da desaparição de nossos 43 companheiros de Ayotzinapa.

Tradução por Raíssa Campachi




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