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NOSSA CLASSE - EDUCAÇÃO | É urgente o SEPE RJ organizar a luta contra os ataques de Bolsonaro!

Este é um balanço da assembleia que ocorreu no dia 24 de novembro no Clube Municipal do Rio de Janeiro, reunindo pouco mais de cem filiados. A principal deliberação foi a retomada da campanha salarial, tendo como um dos eixos a luta contra o escola sem partido, mas sem nenhuma indicação concreta de como conduzir esta luta, e demais ataques como as reformas da previdência e do ensino médio foram pouco ou sequer mencionados. Próxima Assembleia somente na segunda quinzena de Fevereiro de 2019.

Ronaldo FilhoProfessor da rede estadual do RJ

Luiz HenriqueProfessor da rede estadual em Resende, RJ

quinta-feira 29 de novembro de 2018 | Edição do dia

O dia da categoria iniciou de forma confusa, com a direção central do SEPE tendo cancelado o seminário que iria acontecer pela manhã no Clube Municipal, que focaria no congresso estadual de educação, para apoiar um outro seminário que ocorreria na UERJ chamado “educação e resistência: existimos porque existimos". O problema é que em cima da hora ocorreu uma nova mudança e a localização do seminário foi transferida para o Clube Municipal, o que confundiu diversos professores, contribuindo para um evento bastante esvaziado.

O debate na Assembleia focou bastante na questão salarial, alimentando uma concepção falsa de que a categoria só é capaz de se mobilizar para obter ganhos econômicos, como se os trabalhadores e trabalhadores da educação fossem incapazes de compreender o cenário de ataques que o novo governo irá impor. Esse discurso cínico é muito alimentado por grupos que, estando na direção, se utilizam dessa lógica de “corporativismo dos educadores” para manter todo e qualquer debate firmemente acorrentado no chão do sindicalismo, e impedir o desenvolvimento político dessas questões, o que levaria invariavelmente há uma maior mobilização da categoria.

Há que se dizer que a verdade é dura: desde o fim da greve de 2016, a partir de um recuo absolutamente desorganizado, a direção do SEPE tem cedido cada vez mais a uma pressão oportunista de frear a mobilização da categoria, mesmo diante dos mais grotescos ataques, para tentar manter uma certa influência junto as esferas do poder institucional. E a medida que a crise orgânica do estado do Rio de Janeiro avança, as concessões tem se tornado cada vez maiores.

É preciso conduzir uma campanha massiva contra o escola sem partido, que não se limite a pequenas notas em casos isolados, mas que conduza uma propaganda de massa, nas escolas, nas universidades em todos os espaços, mostrando o absurdo desta proposta, o que o SEPE é capaz de fazer. E é a partir de uma tal campanha que é possível fazer a construção política maior a partir da base, não apenas com os trabalhadores da educação, mas também com as comunidades escolares e com os estudantes, mostrando como todos os ataques estão unidos por um eixo central, do capital impondo que a população pague pela crise, e a partir daí construir uma força capaz de se impor contra isso.

No entanto, a medida que se alimenta a ilusão de que os problemas da categoria podem ser resolvidos de forma isolada, de que a questão salarial não tem conexão com o escola sem partido, e que na disso tem a ver com a reforma do ensino médio, as alas mais burocráticas do SEPE desarmam de forma covarde a educação.

Nós do movimento nossa classe entendemos que é preciso resgatar o papel do professor enquanto intelectual orgânico da classe trabalhadora, e que somente a partir da união do conjunto da classe é possível lutar de forma consequente contra esse governo de extrema-direita que foi colocado no poder pelo autoritarismo do judiciário. Por isso chamamos o SEPE e todos os sindicatos, organizações estudantis e centrais sindicais a convocar comitês de base contra Bolsonaro e sua agenda de ataques.




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