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CORONAVÍRUS | É urgente a contratação de profissionais de saúde que estão desempregados

A chegada do coronavírus ao Brasil traz incertezas acerca de como o país pode ser capaz de enfrentar um possível problema de saúde pública com a possibilidade de milhares de doentes. Sem contratação imediata de profissionais da saúde, certamente será impossível encarar essa pandemia.

domingo 15 de março de 2020 | Edição do dia

Já são quase 200 casos confirmados no território nacional e, destes, a maioria está no estado de São Paulo. Também é difícil medir quantos exatamente neste momento estão infectados, pois pode ainda não ter se manifestado, os infectados podem estar sem sintomas ou mesmo subestimando-os.

O que é certo é que, se o vírus se propaga com a velocidade em que foi propagada em outros países, será preciso ter uma estrutura para assistência aos doentes muito maior, mais preparada e equipada do que jamais existiu em território nacional. Se o vírus atinge parecidas taxas de mortalidade que outros países - o que a situação não necessariamente aponta para isso, mas nada aponta que poderá ser diferente -, certamente terá sido um dos elementos decisivos para isso a não aplicação de massivos testes a todos que apresentaram os sintomas iniciais.

Pois bem, a situação do sistema de saúde pública brasileiro não é alentadora. Os passados cortes na saúde pública promovidos - não só, mas também - pelo governo Bolsonaro tiram quaisquer perspectivas de que o governo possa lidar com essa situação em um futuro próximo. A PEC do teto de gastos que impede gastos orçamentários acima do previsto categoricamente impossibilita que haja quaisquer tipos de medidas mínimas para tratar milhares de infectados. Sem questionar essas políticas, não se entende como podemos ter a chance de lidar com essa crise.

É questionando essas políticas que podemos começar a encarar a sério essa questão.

É preciso contratar milhares de profissionais de saúde que hoje se somam às estatísticas de desempregados ou subempregados no Brasil. Colocar esse exército de profissionais que já possui diploma, mas não encontra chance de atuar, é urgente.

Isso junto à disponibilização de milhares de leitos, testes gratuitos, distribuição em massa de máscaras com elementos filtrantes, álcool gel e luvas são medidas das mais básicas, elementares e urgentes. Outra medida urgente é que toda infraestrutura do sistema privado de saúde esteja a serviço da rede pública, com atendimento e testes gratuitos a toda a população.

Mas seguiremos lidando de maneira paliativa à questão que está colocada, se não questionarmos o conjunto do sistema de saúde. É necessário estatizar 100% da infraestrutura privada, colocando-a sob administração e controle dos trabalhadores da saúde e da população. Somente dessa forma podemos garantir que a saúde dos trabalhadores não seja tratada, em meio a crise, como oportunidade de obtenção de novos lucros aos grandes laboratórios e indústrias farmacêuticas.




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