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O GOVERNO GOLPISTA E NOSSA LUTA | Duas semanas de governo golpista: suas crises e como erguer nossa resposta

Temer subiu ao poder através de um golpe institucional do qual participaram muitos atores. Reacionários de todo tipo se uniram para consumar uma deposição de Dilma que não tinha nada que ver com o menor combate à corrupção.

Leandro LanfrediRio de Janeiro | @leandrolanfrdi

sexta-feira 3 de junho de 2016 | Edição do dia

Isto ficou ainda mais evidente nas gravações de Sérgio Machado, que já derrubaram dois ministros. Ali se demonstrou não só que o PMDB planejou o impeachment buscando um acordo de impunidade, como também que parte do judiciário e da mídia têm interesses em atacar Temer e seu governo, seja para promover mais tucanos, seja para acelerar o processo de novas eleições (via emenda constitucional, ou mais fácil pela cassação da chapa Dilma-Temer no TSE). Com medo de que a instabilidade aumente e sua cabeça possa rolar, Temer tenta acelerar a votação do impeachment no Senado.

O golpe tinha como objetivo erguer um novo governo que realizasse ataques mais duros e rápidos contra a classe trabalhadora do que Dilma e o PT já vinham fazendo. Neste quesito o governo Temer está falhando aos olhos dos defensores do golpe.

Enquanto Temer não produz importantes ataques, seus aliados não o deixam dormir

A missão de Temer, de promover duros ajustes sem a legitimidade das urnas, é uma missão bem difícil para qualquer burguês. Por isso os grandes jornais imperialistas diziam que melhor seriam “novas eleições”, para dar a um novo governo ajustador a legitimidade que Temer não possui. Uma política que seria continuidade do golpe, e teria como seus grandes protagonistas gente como Gilmar Mendes, Sérgio Moro e a Rede Globo. O mais absurdo é ver correntes que se dizem de “esquerda” (como o MES/PSOL de Luciana Genro e o PSTU), mas defendem essa mesma política.

De todo modo, os cenários futuros seguem incertos. Enquanto não desembarcam de Temer, nem terminam de lhe dar calma para atacar, vão aumentando o peso dos tucanos no governo e tentando aprovar medidas jurídicas e leis que acabem com os poucos direitos democráticos e sociais inscritos na Constituição de 1988 (ver página ao lado).

Para o povo trabalhador Temer só promete cortes e ataques, enquanto promove aumento para os juízes e funcionários de alto escalão que já ganham supersalários.

Com a força das mulheres e da juventude, não deixemos o governo golpista de pé

No dia 01/06 dezenas de milhares de mulheres tomaram as ruas em diversas cidades, denunciando a “cultura do estupro” que existe no capitalismo, e erguendo suas vozes contra Temer.

A juventude segue em sua luta de norte a sul do país. Com escolas e faculdades ocupadas, e greves como a das universidades estaduais paulistas. Enquanto isso a CUT e CTB seguem o imobilismo que tiveram frente ao golpe. Até ensaiaram uma conversa sobre “greve geral”, mas marcaram uma reunião para debatê-la para... o mês de julho (!!!).

Diversas ações têm levado a recuos do governo Temer, desde recriar o Ministério da Cultura, ao retorno do Minha Casa, Minha Vida. Falta a classe operária entrar em cena com seus grandes batalhões. Derrubar as privatizações, os cortes na saúde e educação, o ataque à aposentadoria: são tarefas que exigem uma luta muito mais profunda. Mas há disposição para isso. É só nos mirarmos no exemplo das mulheres, da juventude e das universidades estaduais paulistas. A CUT e os sindicatos devem organizar imediatas assembleias para votar um plano de luta de greves e ocupações para trazermos abaixo este governo golpista, e no calor desta luta impor uma nova Constituinte que varra junto de Temer todo o reacionarismo do estado brasileiro.




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