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#28A|São Paulo | Doria tenta deslegitimar manifestantes dizendo que receberam dinheiro para ir às ruas

Cristina SantosRecife | @crisantosss

sexta-feira 28 de abril de 2017 | Edição do dia

Em entrevista à Radio Eldorado, o prefeito de São Paulo afirmou (não mencionou qual é a sua fonte, além do seu encrustado preconceito típico de coxinha) que os manifestantes que saíram às ruas em São Paulo em apoio à Greve Geral receberam dinheiro para fazê-lo.

Nas palavras do prefeito "Os que pegaram bandeiras, os que gritaram, receberam R$ 100 para fazer isso, um sanduíche e uma lata de refrigerante, além de um transporte parcial para chegar a um ponto da cidade, para gritar nem sabem por quê e nem do quê com o dinheiro da contribuição sindical".

O que o prefeito tenta dissimular com afirmações como esta é a ampla aprovação popular que houve aos grevistas e fomentar o clima antissindical em sintonia com o discurso de Temer, ligando a legítima manifestação aos interesses da burocracia sindical.
Isto porque o que está em jogo com as reformas de Temer é algo que o prefeito simplesmente é incapaz de entender, já que não vai precisar se aposentar, já que não goza dos direitos historicamente conquistados pela classe trabalhadora. Por mais que seus ótimos marqueteiros possam ter convencido um setor da população paulistana do "João trabalhador" durante a campanha para a prefeitura da cidade, Dória é um patrão. Um patrão herdeiro das capitanias hereditárias, é dizer, do grande capital latifundiário deste país.

Precisamos esclarecer aqui, que nós que pegamos bandeira estamos lutando por defender nossos direitos e de toda a população pobre e oprimida, nossos próprios interesses e por isso, não precisamos de migalhas para sair às ruas. Chega a ser ridículo tentar insinuar que a luta contra estas reformas não sejam interesse de cada uma das pessoas que saíram hoje às ruas. Se as pessoas tiveram ajuda para chegar de um ponto ao outro, se as pessoas tiveram que organizar um lanche pois passariam todo o dia fora de casa (e lutando), isso é empatia e solidariedade de classe, outra coisa que o prefeito desconhece.

Tenho certeza que o "João trabalhador" nunca precisou ter que se organizar para chegar a lugar nenhum, seus empregados fazem isso por ele e possui seu carro particular, seu jato particular, motorista particular para chegar onde quiser. Tenho a mesma certeza que o prefeito não sabe o que é fazer uma marmita porque vai ficar longo período longe de casa e sem poder comprar alguma coisa. Ele simplesmente ordena e as coisas acontecem.

"João trabalhador" não existe, e Dória é incapaz de entender as misérias que nos atingem como classe. É nosso inimigo de classe. Dória apoia as reformas que Temer quer impor para descarregar a crise nas nossas costas e defende os interesses da mesma classe capitalista que Temer.

Dória, milionário, não precisa da previdência. Ainda assim quer acabar com a nossa, mas infelizmente para ele, os trabalhadores e trabalhadoras de São Paulo mostraram a potencialidade das suas forças saindo às ruas neste 28A e é a força da nossa classe a única capaz de varrer sua casta parasita e impor um governo de trabalhadores.

Pode te interessar: Preparar uma greve geral até derrubar Temer e as reformas! Por uma Constituinte Livre e Soberana imposta pela luta




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