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ESTADO DE SP | Doria faz demagogia com a vacina enquanto SP chega a 50 mil mortes pela Covid-19

Doria tenta ser oposição a Bolsonaro e posa de “defensor da vida” na grande mídia, ao lado da vacina desenvolvida graças a servidores públicos da saúde e da ciência. Enquanto isso, infecções e mortes diárias crescem no estado de SP e o governador quer impor, sem que a comunidade escolar possa escolher ou debater, a volta presencial às aulas nas escolas públicas e privadas.

quinta-feira 21 de janeiro de 2021 | Edição do dia

Foto: Governo do Estado de São Paulo

A ampla cobertura da Globo e da grande mídia ao início da vacinação em SP busca mostrar João Doria (PSDB) como “responsável”, “defensor da vida e da ciência”...em suma, como oposição real ao negacionismo do governo Bolsonaro.

Mas basta olhar os números da pandemia no estado de SP para ver como a operação é meramente midiática e não se sustenta na realidade. Os números de casos e mortes por Covid-19 nunca chegaram a um patamar verdadeiramente baixo: desde abril nenhuma semana teve menos de 100 mortes por dia no estado.

Desde meados de novembro esses números passaram a subir, sem que o governo do estado tomasse qualquer providência: primeiro a inconveniência de reconhecer o fracasso durante a campanha eleitoral de Bruno Covas (PSDB), depois a prioridade do lucro dos capitalistas que precisam que a economia “continue funcionando”. A vida da população nunca de fato foi uma grande prioridade.

Para coroar a política de descaso de Bolsonaro, Doria agora quer impor a volta presencial das aulas no estado. No dia 13 (jan) o Conselho Estadual de Educação aprovou diretriz que obriga as escolas públicas e privadas a reabrirem durante a pandemia, apresentando o mínimo de 1/3 de aulas mensais presenciais.

Essa decisão da reabertura das escolas na verdade cabe às comunidades escolares que devem decidir quando e como o retorno presencial deve ser aplicado. Mas o governador impõe um retorno inseguro, quando as escolas não possuem nem estruturas básicas para o funcionamento normal, quem dirá agora durante o recrudescimento da pandemia.

A política de Doria só se contrapõe a Bolsonaro em um nível superficial do discurso, ao não ser absolutamente negacionista como o presidente. Mas os ônibus e metrôs lotados durante toda a pandemia, a falta de protocolos sanitários no locais de trabalho, a não-liberação do trabalho de idosos e pessoas vulneráveis ao vírus, a falta de auxílio e moradia adequada para que a população possa fazer o isolamento social, o não oferecimento de testes massivos à população...tudo isso mostra quanto o governador não se importa em nada com a população. Não passa de um “negacionismo light”, de pulôver e sapatênis, abraçado pela Globo e os golpistas do país que agora acusam Bolsonaro de irresponsável.

Doria em sua campanha a governador em 2018. Foto: Reprodução.

Doria é e sempre será um defensor dos lucros capitalistas, acima de tudo, beneficiando a si mesmo e a seus amigos, grandes empresários e latifundiários, quiçá herdeiros de sesmarias como a família Doria. Não à toa foi apoiador ardente do golpe institucional de 2016 e de sua continuidade com Bolsonaro em 2018. As (contra)reformas previdenciária e trabalhista, frutos do golpe, vieram somente para aumentar a exploração e precarizar ainda mais a vida da população trabalhadora, agradando as fortunas que pagam mansões como a do governador. Se hoje Doria diz se opor à Bolsonaro e “defender a vida”, é somente pela sua pretensão para a eleição para presidente em 2022.

Leia também: 2021: Contra pandemia e desemprego, é preciso enfrentar Bolsonaro e o regime do golpe institucional




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