×

JOÃO DORIA | Dória ataca as festas populares, dessa vez o carnaval na Praça Roosevelt

O prefeito de São Paulo começou a expressar seu alvo às festas populares no final do ano passado, quando afirmou iria fazer com que a Virada Cultural ficasse concentrada em Interlagos, distante da população e em um espaço reduzido. À semanas do carnaval, Dória veta a presença de blocos na Praça Roosevelt.

Ítalo GimenesMestre em Ciências Sociais e militante da Faísca na UFRN

terça-feira 7 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

João Doria (PSDB-SP) publicou nesta terça-feira, 7, no Diário Oficial da Cidade, que a Praça Roosevelt, no centro e também o Minhocão estão proibidos de serem pontos de concentração ou dispersão de blocos de carnaval ou de quaisquer outros eventos. Blocos de carnaval poderão apenas passar pelos locais, mas não permanecer neles.

Essa decisão afeta pelo menos cindo blocos que tradicionalmente utilizam a Praça Roosevelt para a concentração, como @amigos do Samba, Unidos do Swing, Todos somos Carmen, e o bloco Baixo Augusta que usa como ponto final e dispersão do bloco.

Já não é a primeira medida adotada pela prefeitura para minar aos poucos os eventos populares que ocupam o espaço público. O prefeito já havia determinado que os blocos na regional de Pinheiros terão apenas cindo horas para se apresentar, com teto até o horário das 20h, e proibição de megablocos, estabelecendo o limite de 20 mil pessoas na Vila Madalena, com dispersão até as 19h.

A prefeitura apresentou, através do prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak, a justificativa ao Estadão de que “a necessidade de se reorganizar o uso do espaço público pela nova gestão, visando melhor distribuição, e ainda, adequação entre o uso pretendido e a característica de cada local em específico”. Além disso, afirmou que a prefeitura levou em conta “aclamações dos moradores da praça e do elevado” que questionavam a respeito do barulho. A respeito dos eventos na Vila Madalena, a prefeitura argumentou falta de estrutura para comportar o local.

No entanto, não basta de uma argumentação populista acerca da necessidade de estabelecer a ordem que na realidade caminha no sentido de restringir cada vez mais a realização de festas populares e do acesso a elas. Uma prefeitura verdadeiramente preocupada com as festas populares deveria pensar em como garantir a estrutura para um evento que certamente contará com a presença milhares de pessoas, e não impor limite de pessoas ou vetar regiões tradicionalmente utilizadas pelos blocos. A repressão com a qual os blocos passaram a ter que se habituar em diversos governos da cidade, possivelmente terá que se intensificar para conseguir que essa ordem, ainda menos permissiva, se efetive como Dória almeja. Ele demonstra que seu projeto para São Paulo é com cinza no lugar da arte urbana (ou então propaganda de empresas) e com restrições e difícil acesso às festas populares.

Com informações do Estadão




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias