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Doria “acelera” pra vender metrô de SP, gastando dinheiro da população, trabalhando para empresários seguirem lucrando

Vivenciamos um momento muito delicado da história do Brasil, com mais de 400 mil mortos por causa da pandemia do Covid-19. Além disso, a nível nacional e estadual todos os trabalhadores vêm sofrendo, com ataques aos seus direitos por parte da burguesia, das grandes empresas, e dos governos que trocam vidas por lucros. Dentre as classes operárias que estão sendo atacadas, os metroviários de São Paulo, que prestam um serviço considerado essencial, vêm travando uma luta árdua pela manutenção de seu acordo coletivo, que o Governo Doria acelera em destruir, e que é pouco defendido pelos burocratas sindicais, insistindo em acreditar em meios jurídicos de uma justiça patronal, para obter suas ditas vitórias.

sábado 15 de maio de 2021 | Edição do dia

Foto: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo

No dia 01 de maio, que deveria ser um marco na luta dos trabalhadores por mais e melhores condições de trabalho, e principalmente um marco na luta de classes a nível nacional e internacional, o secretário de transportes do estado de São Paulo, Alexandre Baldy (Preso no verão passado por desvio de dinheiro da saúde pública em Goiás) concedeu entrevista ao jornal Folha de São Paulo onde falou um pouco mais sobre os planos financeiros do metrô de São Paulo para o ano.

No artigo, o secretário falou sobre a venda dos nomes das estações para empresas privadas (naming rights). Seis estações do metrô terão adição de nomes de empresas por 20 anos, o que irá arrecadar para os cofres da CIA cerca de 1 bilhão de reais. Mais tarde em sua entrevista o secretário lembrou que só esse ano com a venda de “áreas comerciais nas estações” o metrô já arrecadou 1.7 bilhão de reais, mesmo valor apresentado no balanço oficial como prejuízo da pandemia. Espaços estes que não oferecem o mínimo de condições para seus trabalhadores, sendo em alguns casos extremos de se alimentarem sentados no chão em plenas áreas de fluxo de passageiros. No desfecho, ressaltou o empenho pessoal no fechamento de 26 bilheterias, o que segundo ele cortará cerca de 100 milhões anuais em custos na operação da Cia, sem levar em conta, logicamente, o que é melhor para a população.

Vale ressaltar que ainda no mês de Maio o mesmo governo que alega não ter dinheiro em caixa, pagou à CCR, a termo de restituição de prejuízo da pandemia, 1 bilhão. Valor este que deveria ser investido em vacinas para todos.

Ao mesmo tempo, o Governo do estado de São Paulo, juntamente com o Metrô, acelera e trabalha duro para precarizar ainda mais o Metrô e as condições de trabalho dos metroviários, que mesmo durante a cena mais sombria da humanidade no último século, não pararam de oferecer seus serviços à população, dia após dia se arriscando a contaminar-se, e a contaminar as suas próprias famílias. Mesmo com essa fortuna em caixa, o governo insiste em atacar os trabalhadores querendo rasgar o acordo coletivo e os direitos dos metroviários que foram conquistados com muitas e duras lutas ao longo dos anos. Se o metrô insiste que precisa economizar, que corte os super salários da cúpula da empresa e os cargos comissionados e não dê mais nenhum centavo para a CCR.

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Não podemos aceitar mais que os trabalhadores continuem a pagar cada dia mais com condições de trabalho precarizadas para que o governo mantenha o lucro de empresários. Precisamos lutar em todos os níveis por melhores condições não só de trabalho, mas para que a exploração de classes, hoje tão exposta tanto no Brasil, quanto no mundo, deixe de existir. Para isso, todos nós precisamos nos mobilizar e lutar contra essa política do governo do estado e nacional que só favorece os empresários e exigir subsídio estatal para um transporte de qualidade e barato para a população.

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