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DILMA NA ONU | Discurso moderado na ONU, apelos ao Mercosul e a trilha conciliadora do PT contra o golpe

Dilma surpreendeu a imprensa golpista brasileira ao falar por menos de um minuto sobre a crise no país e nem citar a palavra “golpe” ou “impeachment” em seu discurso na ONU desta sexta feira (23). O tom defensivo e o apelo democrático sutil aos líderes do imperialismo decepcionaram também os governistas que esperavam mais energia contra o golpe. Mas não é novidade que a via da conciliação sempre foi a preferida pelo PT e suas burocracias.

sábado 23 de abril de 2016 | Edição do dia

Foto: Roberto Stuckert Filho/ PR (22/04/2016)

Depois do discurso “recatado” na tribuna da ONU, Dilma voltou a denunciar o golpe em entrevistas aos jornais estrangeiros presentes nos EUA e disse que avalia pedir a aplicação da cláusula democrática do Mercosul e da Unasul ao Brasil, o que poderia levar a expulsão do país do bloco.

As primeiras repercussões sobre seu discurso foram bastante elogiosas por parte da oposição, Temer disse que Dilma fez um discurso adequado, o que vindo do alto escalão dos golpistas não pode significar nada menos que o reconhecimento de seu fortalecimento a medida que também o placar do impeachment no senado segue amplo para a oposição. As entrevistas dadas durante a tarde não foram comentadas pelo vice.

Enquanto Dilma criticava os ministros do STF que a advertiram por usar o termo “golpe” já que segundo eles o impeachment seria um processo constitucional, o mesmo STF emplacava novamente ao adiar mais uma vez o processo de afastamento de Eduardo Cunha como presidente da câmara dos deputados, escancarando o papel político e o protagonismo do “partido judiciário” como árbitro da crise, que tem apitado pelo golpe.

Em entrevista ao Valor, Cardozo insiste em alimentar as esperanças democráticas nas instituições ao afirmar que o STF fará um julgamento neutro, e que considera possível reverter o impeachment pela via de recurso ao Supremo. Enquanto isso o PT, pela via da legalidade e institucionalidade segue, ao pedir apoio democrático ao imperialismo e no máximo algumas manobras democráticas pelo Mercosul, sendo uma ferramenta fundamental de controle da mobilização das massas trabalhadoras e jovens no país através das burocracias que controla, sufocando a luta contra o golpe e os ajustes.

Só será possível vencer o golpe em curso e os ajustes dos governos, no qual os trabalhadores e jovens conscientes devem ser os mais bravos combatentes, com mobilização real, a partir da organização de cada local de trabalho e estudo, por assembleias, greves, atos e ocupações. Esses métodos combativos da classe trabalhadora e dos estudantes são perigosos para estabilidade do regime político, por isso o PT e suas burocracias sindicais o temem tanto e mesmo que façam longos discursos vermelhos são incapazes de desatar o nó que ainda segura a poderosa classe operária brasileira. É preciso exigir das burocracias a batalha necessária contra esse golpe que querem nos dar os reacionários, seus ataques contra os trabalhadores e também as direções conciliadoras que provaram temer mais a ação da classe trabalhadora que o golpe.


Temas

STF    PT    Impeachment    Política



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