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METRÔ SP | Diretor do Sindicato dos Metroviários de SP, que estava em serviço, morre de Covid-19

Armandinho, trabalhador negro, da manutenção do Metrô de SP e diretor do Sindicato, faleceu na tarde de ontem por Covid-19. Conforme nota publicada pelo Sindicato, "é o primeiro metroviário em serviço a morrer em consequência da Covid-19" (veja abaixo).

quinta-feira 18 de junho de 2020 | Edição do dia

Armando Ramos Norberto, o Armandinho, tinha 59 anos. Há 31 anos se dedicava a buscar garantir um transporte seguro para a população de SP como Oficial de Manutenção Industrial (mecânico) no pátio Itaquera, começou a trabalhar no Metrô de SP em 1989. Foi diretor do Sindicato dos Metroviários por 3 gestões, e não pôde terminar sua 4ª gestão.

Armandinho é o primeiro metroviário de SP na ativa que a categoria metroviária perde durante a pandemia. Até ontem, já haviam ocorrido 282 afastamentos de trabalhadores devido ao coronavírus. É importante dizer que nada disso é uma mera fatalidade, e sim decorrência da irresponsabilidade dos governos Doria e Bolsonaro e da direção do Metrô frente à pandemia. Prova disso é que justamente agora que Doria permite a reabertura criminosa do comércio da cidade, que irá aumentar a demanda de transporte público e o risco no Metrô no momento em que a contaminação e as mortes batem recordes, este mesmo governador e o Metrô, com a ajuda da "justiça" brasileira (TST), determinam a convocação ao trabalho presencial dos metroviários com mais de 60 anos que estavam em serviço remoto ou afastamento, em mais uma atitude criminosa e irresponsável do Estado que irá colocar em enorme risco mais centenas de vidas! Isso ao invés de contratar mais funcionários, como viemos reivindicando desde o início da pandemia.

Enquanto Bolsonaro tenta esconder os números, e faz pouco caso da pandemia e das 46.510 mortes no Brasil, o governador João Doria e a direção do Metrô de SP se vangloriam nas redes sociais e entrevistas na televisão dos metroviários que estão na linha de frente, fingindo valorizá-los, mas escondem o descaso com que nos tratam diariamente. Depois de 3 meses de pandemia ainda não há sequer testes em massa para os funcionários do Metrô de SP, e os EPIs adequados só foram fornecidos aos metroviários efetivos depois de muita pressão e exigência da categoria à empresa. Os funcionários terceirizados ainda seguem desprotegidos, e muitos estão sendo demitidos em meio à pandemia, inclusive com a justificativa de serem do grupo de risco, e mesmo em serviços essenciais que precisam ser intensificados, como a limpeza, um absurdo completo!

Não fosse o bastante, para sanar sua sede interminável de lucro, é em meio a essa situação de sofrimento que o Metrô de SP impõe aos metroviários a revisão do seu Acordo Coletivo com ataques enormes aos direitos dos metroviários, como corte do adicional risco de vida e ataque ao plano de saúde, em meio à pandemia! Atacam a categoria que já está cotidianamente arriscando suas vidas na linha de frente.

Nos solidarizamos com a família e amigos de Armandinho, com todos os seus colegas de trabalho e toda a militância do sindicato neste momento difícil. Que transformemos essa tristeza em luta contra esses ataques, para que não haja mais nenhum metroviário morto pelo descaso deste governo, assim como para que nenhum dos trabalhadores que estão na linha de frente perca nenhum direito!

Abaixo segue nota de pesar do Sindicato dos Metroviários de SP:




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