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LAVA JATO | Dinheiro público do Banco do Brasil também foi usado para propina, segundo Lava Jato

A investigação do envolvimento de diretores das empresas estatais no desvio de dinheiro público para barganhas políticas chegou pela primeira vez no Banco do Brasil e aponta novos desdobramentos para a operação.

terça-feira 2 de agosto de 2016 | Edição do dia

Nessa semana, na volta do recesso do parlamento e do judiciário, foi anunciado que contratos de até R$150 milhões estariam sob suspeita de que ao menos 10% deste valor tenha sido desviado em uma operação que envolve empresas de informática que firmaram contratos para fornecimento de softwares de uso interno no banco.

As empresas investigadas no processo de desvio de dinheiro são a Ação Informática Brasil, a PBTI Soluções e a CTIS Tecnologia conhecidas como representantes das gigantes multinacionais americanas Oracle Corporation e BMC Softwares, que forneceram, em forma de “comissões”, até R$8 milhões do orçamento destinado pelo banco para o setor de informática entre os anos de 2008 e 2010 para a Credencial Construtora, Representações e Participações, empresa de fachada usada para lavar dinheiro de propina ainda na época em que José Dirceu usava de sua influência política – e do dinheiro público – para obter favores no congresso.

O juiz Sergio Moro é responsável pela abertura do processo, e apesar de já termos denunciado aqui seguidas vezes, vale relembrar que Moro foi um dos articuladores do golpe institucional, criando as bases judiciárias para tal. Esse “justiceiro da ética” aclamado por setores da direita golpista não deixa dúvidas sobre seus interesses políticos: atacar direitos civis utilizando um discurso anticorrupção. Tampouco temos ilusões sobre os métodos utilizados por PT-PMDB-PSDB e companhia em troca da “governabilidade”: desvio do dinheiro público enquanto os serviços básicos no Brasil definham sem verbas.

A atual diretoria do Banco do Brasil anuncia auditoria nas contas do setor de informática, mas já não surpreenderia ninguém a confirmação de mais esta empresa estatal ter verba pública utilizada para a troca de favores políticos neste congresso recheado de corruptos que ganham milhões enquanto funcionários bancários e terceirizados sofrem com arrochos salariais e precarização do trabalho há anos.

Por isso, reforçamos que somente uma investigação independente, tanto dos políticos corruptos quanto da casta judiciária gananciosa de “super-poderes” e super-salários pode desmascarar a rede de corrupção e de interesses escusos que se tornou o congresso brasileiro.




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