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BRASIL-MÉXICO | Dilma visitará o México silenciando sobre repressão estatal contra trabalhadores e a juventude

Presidenta irá ao principal parceiro dos EUA na América em busca de negócios, mas sem dizer uma única palavra em relação à repressão promovida por Enrique Peña Nieto em Ayotzinapa e contra os trabalhadores agrícolas de San Quintín.

quarta-feira 13 de maio de 2015 | 00:00

O chanceler do México, José Antonio Meade, disse nesta segunda-feira que a visita da presidente Dilma Rousseff, que acontece entre os dias 26 e 27 de maio, permitirá identificar políticas que beneficiem às sociedades dos dois países.

"A possibilidade da visita permitirá que identifiquemos as políticas para dar a ambas as sociedades o melhor apoio possível para que as relações de amizade se traduzam em espaços de oportunidade melhores e mais amplos para o desenvolvimento e o benefício dos dois países", disse Meade em entrevista coletiva.

O chanceler expressou seu consentimento pela vista de Dilma porque a mesma "nos permite colocar o foco em uma relação que para o México é de grande importância".

Meade destacou que os laços entre os dois países são de "profunda intensidade" e lembrou que o Brasil é o principal parceiro comercial do México na América Latina, o principal destino de investimentos em toda a região, "e não há praticamente nenhuma empresa global mexicana que não tenha presença" no território brasileiro.

Meade e a secretária de Turismo, Claudia Ruiz Massieu, farão nesta terça-feira uma visita de trabalho ao Brasil com a finalidade de preparar a agenda da visita de Estado da presidente Dilma.

A visita de Dilma ao México é mais um passo no sentido da reaproximação do governo brasileiro com Obama e o imperialismo americano, objetivo que marca a política externa do Brasil neste início de segundo mandato. Não podemos esquecer que o México é o principal parceiro comercial dos Estados Unidos na região, e que o país ianque exerce grande influência na política mexicana.

Os principais temas do diálogo entre os dois países incluem comércio, cooperação para o desenvolvimento e promoção turística.

No último ano, o intercâmbio comercial entre os dois países totalizou US$ 9.2 bilhões. Além disso, desde a eliminação da exigência de vistos entre os dois países, anunciada em abril de 2013, se observou um aumento no fluxo de turistas brasileiros em diferentes destinos do México. Em 2014, mais de 300 mil brasileiros visitaram o México, o que representa um aumento de 16% em comparação com 2013, informou a Chancelaria mexicana em comunicado.

Ao mesmo tempo em que Dilma cumpre o papel de testa de ferro dos interesses da burguesia brasileira no México, se cala sobre a repressão brutal que o estado mexicano realiza contra os trabalhadores e povos originários de seu país. Nenhuma só palavra a presidenta ousou dizer sobre o assassinato dos trabalhadores agrícolas em San Quintin e dos 43 estudantes secundaristas de Ayotzinapa, ambos envolvendo policiais, prefeitos, governadores e até mesmo agentes do estado intimamente vinculados com Peña Nieto.

Este silêncio mostra a vontade do governo do PT de restabelecer laços com os Estados Unidos (aliado íntimo do México), como Dilma deixou claro na VII Cúpula das Américas. O discurso de “autonomia” e “integração latinoamericana” do petismo se sufoca em sua cumplicidade ao governo fantoche de Obama no México.

Esquerda Diário/EFE




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