×

CONSELHÃO | Dilma defende Reforma da Previdência

Em reunião com sindicalistas e empresários, Dilma defendeu a Reforma da Previdência, que pretende aumentar o tempo de trabalho necessário para se aposentar. Sindicalistas da CUT se colocaram contra discutir o assunto no Conselho. Mas não preparam nenhum batalha contra este ataque.

sexta-feira 29 de janeiro de 2016 | 00:53

Na volta do “Conselhão”, ocorrida nesta quinta-feira, 28, Dilma voltou a defender a reforma da Previdência Social como mais um elemento necessário para garantir a "perenidade" do equilíbrio fiscal. Ou seja, que às custas dos direitos dos trabalhadores seja economizado recursos para pagar a dívida e seguir drenando centenas de bilhões para os banqueiros.

Em sua fala, a petista afirmou que é preciso construir uma "proposta de longo prazo", a ser submetida à análise do Congresso Nacional. Embora setores do PT se declarem contrários http://www.esquerdadiario.com.br/PT-reforma-previdencia-quem-enganam , a proposta é uma das maiores apostas de ajuste do governo.

Dilma argumentou que os brasileiros estão vivendo cada vez mais e, com isso, têm exercido o direto à aposentadoria por mais tempo. O problema pode se agravar porque o Brasil está "em vias" de perder o chamado bônus demográfico, "situação mais confortável em que a parcela da população que trabalha é maior do que a de idosos e crianças somados".

A presidente ressaltou que, em 2015, o governo adotou a regra 85/95 móvel para aposentadoria, classificada por ela como "uma forma engenhosa de iniciar a transição". Ou a retirada de direitos, devemos dizer. "Precisamos ir além e construir uma proposta de longo prazo a ser submetida ao Congresso", afirmou, acrescentando que o Conselhão é o fórum adequado para essas proposições.

Em um aceno aos movimentos sociais e ao PT, Dilma ressaltou que o governo defenderá algumas premissas nessa reforma. Uma delas é que qualquer mudança deve respeitar os direitos adquiridos. Travestido de concessão trata-se de salvar quem está “na boca do gol” e atacar todos os demais trabalhadores. De acordo com ela, é preciso levar em consideração também um o período de transição.

O Conselhão é um fórum criado em 2003, no mandato de Lula, com o intuito de legitimar as medidas do governo perante a dita “sociedade civil”, e havia sido desativado por Dilma em 2014. Esta foi a primeira reunião no segundo mandato de Dilma, e conta atualmente com Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Luiza Trajano (Magazine Luiza), Roberto Setubal (Itaú) Joesley Batista (JBS), Miguel Torres (Força Sindical) e Vagner Freitas (CUT), entre outros, que incluem outros sindicalistas, empresários, intelectuais e figuras públicas em geral.

Os representantes da CUT, como o seu presidente Vagner Freitas elogiaram o espaço e ressaltaram a importância da unidade com os empresários, porém, para não se colocar numa posição de defesa da Reforma e, portanto, contra os trabalhadores, nem diretamente contra o governo, defenderam que aquele não era o espaço para discutir a Reforma da Previdência, pois ali não são representantes de classe, mas da “sociedade civil”. Muita cerimônia para nenhuma ação em defesa dos direitos dos trabalhadores.

Em entrevistas, setores petistas e principalmente os ligados ao sindicalismo e a CUT, afirmam ser contrários à reforma, porque ela obviamente significa explorar por mais tempo os trabalhadores, independente de há quanto tempo já estão trabalhando, para compensar os gastos do governo com a dívida pública por exemplo, sendo algo difícil de defender abertamente. Porém, não podemos acreditar nesse discurso quando esses mesmos setores governistas estão empenhados em defender o governo, se apoiando em supostos avanços, num governo que apenas promoveu ataques. Se fossem consequentes com suas palavras, CUT e CTB deviam estar colocando suas forças em luta contra a Reforma da Previdência, contra a volta da CPMF, contra todos os ajustes que descarregam nos trabalhadores as crises dos patrões. No entanto, o que fazem é o contrário, se unificam com empresários em suas pautas por mais investimentos na produção, fazem projetos como o PPE, que reduziu salários, e pedem unidade para salvar o governo.

Não podemos ter nenhuma confiança nessa burocracia que passou os últimos anos traindo lutas em nome de um governo que só beneficiou empreiteiros, banqueiros e latifundiários. É preciso dar vazão a disposição de luta que os trabalhadores mostraram em muitas greves este ano superando a burocracia, erguendo lutas organizadas democraticamente, pela base, que possam contribuir a um necessário movimento nacional contra os ajustes, contra a reforma da previdência, contra as demissões.

Foto: Agencia Brasil / com informações da Agência Estado




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias