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CRISE POLÍTICA | Dilma anuncia intenção de reduzir 10 ministérios

terça-feira 25 de agosto de 2015 | 00:19

Na manhã desta segunda-feira,24, após reunião da coordenação política do planalto, os ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Gilberto Kassab (Cidades) anunciaram que a presidenta Dilma Rousseff pretende reduzir 10 ministérios dos atuais 39 existentes. A intenção é reduzir também o número de cargos comissionados e vender imóveis de propriedade da União.

Segundo informações do jornal O Globo, nos bastidores do planalto se fala em acabar com o status de ministérios da Secretaria de Relações Institucionais, Secretaria de Aviação Civil, Secretaria de Portos, Ministérios da Pesca e Agricultura, Gabinete de Segurança Institucional, Secretaria de Assuntos Estratégicos e Secretaria de Direitos Humanos.

Frente a forte crise econômica e política que vive o país, a medida anunciada traz consigo dois objetivos principais. O primeiro deles é acenar mais uma vez ao mercado o compromisso do governo com o corte de gastos e o ajuste fiscal. O segundo é tentar passar aos trabalhadores e a população mais pobre, os que mais sofrem com os afeitos da crise, a ideia demagógica de que todos estão fazendo a sua parte e “apertando o cinto” para superar a crise.

Na prática, os próprios analistas burgueses alertam que a redução pode não representar a economia de nem um centavo sequer. Isso porque bastaria reduzir o cargo dos atuais ministros, remanejá-los como apêndices de outros ministérios e manter orçamentos e altos salários intactos.

Mesmo assim, importante ressaltar que até agora tal medida não passa de mera intenção. Para concretizá-la Dilma terá que mexer nos “cabides de emprego” e nos privilégios da base aliada e do próprio PT, o que tudo indica que será uma árdua tarefa, ainda mais em meio a tanto desgaste.

Mesmo que se efetive, tal redução não passará de pura demagogia para tentar disfarçar a estratégia fundamental do governo do PT diante da crise: descarregar o prejuízo sob os trabalhadores enquanto aumenta as concessões e privilégios dos grandes empresários e da casta política controlada por eles.

Se analisarmos o orçamento de 2014, o governo gastou cerca de R$978 bilhões apenas com o pagamento de juros e amortização da dívida pública aos banqueiros que nada produzem. Tal valor representa 45% do orçamento federal e supera de longe a soma dos gastos de todos os ministérios juntos. Por isso, do ponto de vistas dos trabalhadores, qualquer ação séria de economia de gastos deve começar com a exigência do não pagamento da dívida pública.

Medidas como a redução de ministérios não questionam qualquer dos privilégios da casta política. Para acabar com os privilégios e a corrupção, tomamos como exemplo a Comuna de Paris de 1871. Nesta grande experiência revolucionária, os trabalhadores de Paris aboliram todos os privilégios dos políticos, determinando salários iguais ao de um trabalhador comum e a revogabilidade a qualquer momento dos eleitos pelos eleitores. Determinaram medidas como o fim do Senado e a unificação do executivo e legislativo em uma única assembleia de representantes revogáveis.




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