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8 DE MARÇO | Dia Internacional das Mulheres: com assembleias e convocatórias se prepara o 8 de março

sexta-feira 28 de fevereiro de 2020 | Edição do dia

A poucos dias do 8 de março, o movimento de mulheres de vários países está se organizando para um novo dia de luta

Há três anos, o chamado é mobilizar e realizar uma greve internacional de mulheres. Este ano, o contexto político dos países da região mudou. Lembremos da rebelião popular no Chile, uma mobilização histórica na Colômbia e o golpe de Estado na Bolívia.

Na Argentina um novo governo assumiu em 10 de dezembro, contudo, sua postura imóvel de “respeitar” os compromissos com o pagamento da dívida externa com o FMI levará inexoravelmente a mais ajustes.

Embora em cada país haja objetivos ou demandas mais específicas, como é o caso da Argentina, onde um novo debate sobre a legalização do aborto está no centro das discussões. Ou no México, onde a resposta oficial permanece insuficiente frente ao flagelo dos feminicídios, sem dúvidas o contexto político e econômico de ajuste que impacta em cheio as mulheres é o denominador comum.

No Chile, por exemplo, o governo de Piñera tenta “conter” a mobilização chamando a “coordenar juntos” a greve. Algo que as organizações de mulheres têm rechaçado através de um comunicado, pois consideram o governo responsável pela violência política e sexual que suportam desde o início da rebelião popular.

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Outro dos países importantes da região é o Brasil, onde os ataques do governo Bolsonaro e da direita reacionária contra os direitos das mulheres e das pessoas LGBTs são uma marca oficial. Neste 8 de março, as ruas voltarão a denunciar a violência machista e os feminicídios. Outro ponto obrigatório de uma agenda da maioria das mulheres será o rechaço e a luta contra a reforma da previdência, que afeta com mais força as mulheres.

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No México, uma nova discussão foi aberta desde o governo de López Obrador, na tentativa de “levar água para a sua própria usina”, através do Ministério da Marinha e do Exército indicando que irá liberar as mulheres que integram essa força no dia 9 de março. Uma jogada cínica se levarmos em conta que essa instituição é responsável pelo desaparecimento forçado dos 43 normalistas de Ayotiznapa. De qualquer forma, o chamado segue a mobilização independente do governo.

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Na Bolívia, houve um golpe de Estado no ano passado. As mulheres de pollera participaram juntamente com seus companheiros das mobilizações que desde o Alto se enfrentaram com a repressão de um governo de encabeçado por Jeanine Añez Chávez. Apesar das negociações e proibições que marcarão as próximas eleições, um setor do movimento de mulheres está mobilizando este 8 de março “contra o capitalismo que nos explora, o patriarcado e o machismo que nos assassinam, as igrejas que nos violam e o racismo que nos humilha”.

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Do outro lado do Atlântico, também surgiram grandes mobilizações como na França com os chamados dos coletes amarelos, e logo com a maior greve gerada pela reforma da previdência que impulsiona o governo de Macron.

No Estado Espanhol, a discussão está atravessada pelo “não” chamado à greve já que desde o governo foi enviada a mensagem de “institucionalizar as demandas”. Somente na Catalunha haverá greve geral feminista no 8 de março. Neste país, o feminismo se encontra frente ao desafio de lutar pelos direitos da maioria das mulheres ou aceitar a agenda recortada que o governo tenta impor.

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Na França também se prepara uma grande mobilização contra o ataque brutal que significa a reforma da previdência impulsionada por Macron, que propõe a redução generalizada da aposentadoria para as mulheres.

A Costa Rica é outro país onde o movimento de mulheres realiza assembleias e se organiza para este 8M. Por um lado, existe a demanda pelo aborto legal, um direito elementar que Carlos Alvarado, presidente deste país, utiliza de maneira parcial para “conformar” tanto a oposição de direita religiosa como a determinados setores do movimento de mulheres, possibilitando a interrupção da gravidez em determinadas situações.

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O movimento de mulheres e sua organização continua mostrando que está disposto a lutar e seguir nas ruas.




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