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DENÚNCIA | Devolvam os terrenos comunitários da Vila União: sem acordos e nenhum espaço cultural a menos!

Reproduzimos a denúncia do espaço cultural Maloca Arte e Cultura, de Campinas, sobre a expropriação de terrenos na cidade voltados à projetos culturais e populares.

quinta-feira 16 de novembro de 2017 | Edição do dia

Assine a moção de apoio ao espaço cultural aqui.

Acessa à página da Maloca Arte e Cultura.

DEVOLVAM OS TERRENOS COMUNITÁRIOS DA VILA UNIÃO: SEM ACORDOS E NENHUM ESPAÇO CULTURAL A MENOS!

Poucos sabem, mas os terrenos da Vila União de uso comunitário foram vendidos de forma nada transparente, sem o conhecimento e consentimento da população. Entre os anos de 2009 e 2013, a Cooperativa Habitacional de Araras vendeu 16 terrenos destinados a uso comunitário de maneira questionável e não publicizada, por valores muito abaixo do preço de mercado. Os terrenos da Maloca Arte e Cultura, do Cursinho Herbert de Souza,Capoeira Ibeca, além de algumas praças tradicionais da Vila União estão entre esses 16 terrenos vendidos.

No dia 20/10, nós da Maloca Arte e Cultura participamos de uma reunião restrita entre representantes da Associação de Bairro, da Habiteto e do Cursinho Herbert de Souza. Na reunião, fomos informados da proposta vergonhosa e chantagista do comprador da maioria desses terrenos para resolver a questão dos espaços culturais e educacionais da Vila União.

A proposta é um acordão para que a Maloca Arte e Cultura e a Gráfica Popular Maloca cedam o terreno do Centro Comunitário 10 de Outubro para a empreiteira (cujo dono é o comprador dos terrenos da Vila União) em troca do terreno onde está o Cursinho Herbert de Souza e o Ibeca. O mais interessante é que, mais uma vez, estão tratando de interesses da Vila União sem consultar a parte principal: VOCÊS ‐ moradores.

Não havia representante do IBECA. Não havia ampla maioria do moradores. Estes sequer foram consultados. Nem no passado sobre a venda de terrenos pela Cooperativa de Araras nem no presente sobre tal "troca".

Como confiar em um "acordo" feito a portas fechadas sugerido por uma pessoa que já se mostrou alheia em atender os interesses da população?

Fica claro que esse "acordão" é uma tentativa de desmobilizar as denúncias da venda desses terrenos. Fica claro também que o objetivo é dividir esses três espaços culturais que, há anos, têm tentado investigar a questionável aquisição das áreas de uso comum.

Fica mais claro ainda, que este "acordão" é uma forma de apagar a história que esses espaços culturais vêm construindo junto a VOCÊS, moradores da Vila União.

Diante da proposta vergonhosa, apelamos aos coordenadores, professores, estudantes atuais e os que já passaram do Cursinho Herbert de Souza que não aceitem esse acordo. Apelamos também aos moradores da Vila União para que entrem na luta de resistência por todos os espaços culturais e demais terrenos. Não se trata apenas de uma luta por terrenos, mas da continuidade de uma história que NÃO PODE e NÃO DEVE ser apagada. Trata‐se de uma luta por direitos de uma comunidade inteira que merece ser ouvida e ter a sua história respeitada.

Por nenhum espaço cultural, praça, terreno comunitário a menos na Vila União! Por nenhum metro da comunidade a menos!

Assinem o abaixo assinado pedindo que devolvam todos os terrenos comunitários da Vila União.

O QUE É A MALOCA ARTE E CULTURA?
A Maloca Arte e Cultura é uma casa de cultura que desenvolve suas atividades no antigo Centro Comunitário 10 de Outubro, na rua Maria Pink Luiz, 100.

Ao longo dos seus três anos de história tem realizado diversos cursos como uma turma de EJA (Educação de Jovens e Adultos), cursos de línguas estrangeiras, como Inglês, Espanhol , Francês, cursos de desenho artístico, teatro, artesanato, violão, eletricidade predial, xadrez, atendimento psicológico, entre outros. Além de atividades culturais e oficinas como capoeira, rodas de samba de coco, Lian Gong, aulas de percussão. E como uma forma de expor e divulgar a arte e a cultura realizamos saraus e festivais, com muita poesia e música. Trouxemos festivais como a Mostra Luta de Campinas e a Seda (Semana de Áudio Visual – Campinas) assim como peças de teatro e cine‐debates.

Além disso, tentamos melhorar a estrutura física do Centro Comunitário. Consertamos telhados quebrados, mantemos a grama baixa (já que o órgão da prefeitura responsável poucas vezes realizaram essa tarefa), plantamos mudas de árvores, trocamos vários vidros das janelas, pintamos e grafitamos as paredes externas e internas, além de vários consertos como problemas de encanamento, elétricos e de iluminação do espaço externo da Maloca. Estamos também num processo de formação de uma horta comunitária e de um jardim para aproveitar melhor o espaço verde.

Todas nossas atividades são gratuitas e todos os professores são voluntários. O espaço é aberto à todos que quiserem desenvolver atividades voltadas ao bairro e à cidade como um todo. Tentamos fazer da Maloca um lugar onde todos são respeitados e todos possam participar de forma igual. Sabemos que ainda temos muito por fazer.


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