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Desmonte do SUS: leitos são insuficientes para a crise do Coronavirus

O número de leitos de UTI na rede pública, são em média de 1 para cada 10 mil habitantes, se somados aos da rede publica esse número sobe para 2,1 leitos para cada mil habitantes, nem de longe o suporte necessário para tratamento da pandemia mundial do COVID 19.

segunda-feira 16 de março de 2020 | Edição do dia

A maioria dos estados brasileiros está despreparada para atender, na rede pública, os casos graves do coronavírus, que necessitam de leitos de UTI com aparelhos de respiração.

As regiões em situações mais críticas são Nordeste, Norte e Centro-Oeste, as mais dependentes do Sistema Único de Saúde (SUS), por serem as regiões mais pobres do país. No Sul e Sudeste, o único estado com uma situação critica como a dessas regiões é o Rio de Janeiro.

Nas periferias, os leitos de UTI não chegam a 10% da capacidade mínima do país (1 para cada 10 mil habitantes). Apesar da média recomendada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) ser de 1 leito de UTI para cada 10 mil habitantes, 17 dos 27 estados brasileiros não chegam a isso, segundo dados do Conselho Federal de Medicina, e no cado de uma pandemia como a do Coronavírus esse número não é capaz de suprir as necessidades da população para o tratamento da doença.

Nos epicentros mundiais da epidemia, a demanda por leitos de UTI chegou a 2,4 por 10 mil habitantes , segundo a AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira), mais que o dobro da média oferecida pela rede pública no Brasil.

Somando o número de leitos da rede pública com a rede privada, o Brasil temos 47 mil leitos de UTI, o que dá ma média de 2,1 leitos para cada 1 mil habitantes, número ainda abaixo da média necessária observada nos países mais afetados.

Ainda pensando os dados, 75% dos brasileiros usam o SUS e só 25% tem plano de saúde e usam a rede privada. Antes do início da epidemia do COVID19, a taxa de ocupação das UTIs para adultos na rede pública já era de 95%,os 5% restantes são mais que insuficientes para responder a pandemia.

Outro elemento agravante é o tempo que os pacientes com casos graves de COVID19 precisam das internações nas UTIs, entre 14 e 21 dias, o dobro do tempo médio na rede pública em situações normais.

Entre 2014 e 2018 houve uma redução de 3 bilhões no orçamento destinado a saúde, situação agravada com o PEC do teto dos gastos, aprovada pelo governo golpista de Michel Temer, e mantida pelo reacionário Bolsonaro. É uma medida emergencial derrubar essa PEC para investir em novos leitos de UTI que possam suprir as necessidades da população, para responder a epidemia do coronavírus, além de disponibilizar os leitos da rede privada de forma gratuita para a população. É de responsabilidade do Estado buscar todas as medidas possíveis para que possamos responder da melhor forma a essa epidemia, investindo no SUS, em testes da doença, para que não sejam novamente os trabalhadores e a população pobre a pagarem por mais essa crise.




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