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DESIGUALDADE E CORONAVÍRUS | Desigualdade no RJ: rede privada tem baixa, mas saúde pública continua com internação alta

Realidade mostra que nem todos são afetados pela crise da mesma forma, a classe trabalhadora continua lotando os leitos do SUS do Rio de Janeiro enquanto na saúde privada a ocupação não chega a 30%

terça-feira 21 de julho de 2020 | Edição do dia

Imagem: Reuters/Bruno Kelly

No mês de julho, a rede de hospitais particulares do Rio identificou que a taxa de leitos privados ocupados por pacientes com COVID caíram mais de 60% em relação ao mês de maio no Rio de Janeiro. Em maio a taxa de ocupação chegou a atingir 97% e, embora a pandemia não tenha acabado agora a mesma taxa já marca menos de 30%.

Enquanto no mês de abril a ocupação dos leitos públicos já haviam atingidos 100%, muitos morreram sem ao menos conseguirem a possibilidade de recuperação ao ocuparem um leito; vale lembrar que nesse período os prometidos hospitais de campanha já estavam atrasados e até hoje só dois dos sete prometidos foram abertos. Agora a taxa de ocupação dos leitos na rede pública ainda é alta e atinge 77%.

Enquanto na rede privada o número de leitos ocupados diminuem, na rede pública a realidade já não é muito bem a mesma, os indicativos continuam altos. Isso mostra que os mais afetados pela pandemia são as pessoas que dependem do SUS, a classe trabalhadora pobre e precarizada já que indicadores mostram que na maioria dos Estados os mais pobres são os mais suscetíveis a pegar e morrer de COVID.

Um absurdo essa contradição do sistema capitalista que faz com que trabalhadores e estudantes ergam hospitais, promovam sua limpeza e manutenção, desenvolvam respiradores mais acessíveis e medidas mais eficazes ao combate ao coronavírus e ainda assim não podem usufruir do que eles mesmos construíram, são fados ao tratamento do SUS sucateado pelos mesmos políticos e empresários neoliberais que investem no sistema privado de saúde.

Isso reforça a necessidade de colocar todos os leitos do setor privado à disposição do SUS sem nenhum tipo de indenização, criação de uma fila única para pacientes com COVID sem distinção entre público e privado para reduzir a ocupação da rede pública que ainda possui alto percentual de ocupação e tudo isso sob controle dos próprios profissionais da saúde. Essa é a única forma de evitar que os governos continuem distratando as vidas da população negra e dos trabalhadores, enquanto salvam os lucros capitalistas.




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