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RACISMO E CRISE | Desemprego entre negros chega a 19,4% na grande São Paulo, e salário é um terço menor

quinta-feira 16 de novembro de 2017 | Edição do dia

Pesquisa do DIEESE mostrou como na crise, com o racismo estrutural do capitalismo, são os negros que são os mais atingidos pelo desemprego. Os dados se referem a 2016.

Se entre os não-negros o desemprego aumentou, chegando a 15,2%, entre os negros ele continua sendo maior. Entre 2015 e 2016 o aumento do desemprego entre negros foi de 4,4%, passando de 14,9% para 19,4%. Entre não-negros, a taxa aumentou de 12% para 15,2%, mostrando um crescimento inferior.

Os dados constam do relatório “Os negros no mercado de trabalho da região metropolitana de São Paulo: diferenciais de inserção de negros e não negros no mercado de trabalho em 2016”, divulgado pelo Dieese nesta terça-feira (14) em virtude do Dia da Consciência Negra (20 de novembro).

Veja evolução do desemprego na região metropolitana de São Paulo (Foto: Dieese/divulgação)

Entre as mulheres negras, o desemprego continua sendo maior também, mostrando que a combinação entre a opressão de gênero e raça coloca as mulheres negras em um patamar de exploração superior. Entre 2015 e 2016, o desemprego passou de 16,3% para 20,9% nessa população.

Salários mais baixos

Além de sofrerem mais com o desemprego, o salário médio dos negros continua sendo mais baixo, comprovou o estudo. O salário dos negros foi, em média, de 67,8% do recebido pelos não-negros.

Diferença salarial por setor de atividade (Foto: Dieese/Divulgação)

Isso ocorre não apenas pela desigualdade salarial entre trabalhadores com empregos semelhantes, mas também porque os postos de trabalho mais precários e pior remunerados são ocupados pelos trabalhadores negros (mais uma vez, principalmente as mulheres).

Taxa de empregados por setor na Grande SP (Foto: Dieese/Divulgação)

Infelizmente, os dados divulgados pelo DIEESE não surpreendem, mas antes confirmam a triste realidade que existe no país desde sempre. O racismo faz parte do DNA do sistema capitalista, e a diferenciação salarial, bem como o desemprego maior entre os negros, é parte do mecanismo utilizado pelos capitalistas para poder aumentar a exploração e os lucros. Não apenas entre os negros, aliás, mas usando sua maior exploração para forçar para baixo os salários do conjunto da classe trabalhadora.

Veja também: Marcelo Pablito, diretor do Sintusp, chama ao lançamento do Quilombo Vermelho contra o racismo e capitalismo




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