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Descaso: mais de 5 horas aglomerados para poder retirar o auxílio emergencial na Caixa

Hoje (27), várias agências da Caixa já amanheceram com enormes filas que dobravam os quarteirões em São Paulo. Centenas de trabalhadores tiveram que esperar mais de 5 horas para poderem sacar o ínfimo auxílio de 600 reais.

segunda-feira 27 de abril de 2020 | Edição do dia

Um exemplo de agência que amanheceu lotada foi a da avenida Sapopemba, em São Matheus, zona leste de SP. Às 9 horas mais de 200 pessoas esperavam para ser atendidas, com o tanto de gente que havia era impossível que se seguisse a recomendação de distância segura de 1,5 metros entre as pessoas, havendo conglomeração no local. Boa parte usava máscara, mas também havia várias pessoas com risco real de contaminação.

Outra agência que se encontrava cheio, era a Caixa do Jardim Iguatemi, pois além de atender os moradores da região, atendia também moradores da cidade Tiradentes, que não possui unidades do banco.

Além da exposição à contaminação, outro medo é o de não conseguir sacar o dinheiro, seja por qualquer dificuldade na aprovação do auxílio, por ter que esperar em enormes filas sem saber se irá conseguir ver o dinheiro, ou por ter sido aprovado o auxílio, mas não conseguir sacá-lo por não ter acesso ao código.

A opção de saque é liberada através do aplicativo “Caixa Tem”, na tela aparecerá a data em que será possível fazer a retirada em dinheiro na agência ou lotérica, de acordo com a Caixa. Os dias para o saque foram separados por mês de nascimento do beneficiário, sendo divididos os dias em que se pode sacar entre 27 de abril e 5 de maio. O aplicativo fornece o código necessário para a operação de saque nos caixas eletrônicos. Porém, já são constantes as queixas de dificuldades em acessar o Caixa Tem.

Esta situação, na qual os mais pobres se veem obrigados a se expor ao risco de contaminação para talvez ter acesso à um mísero auxílio emergencial que é inferior até ao salário mínimo, revela o tamanho do descaso do governo para com estes trabalhadores. Ainda mais se se considerar que nem os testes massivos e EPIs, demandas mínimas recomendadas até pela OMS, estão sendo garantidas pelo governador do Estado, João Dória, que promete testes que nunca chegam, nem pelo Prefeito, Bruno Covas, que prefere fechar acordo de caminhões frigoríficos para acomodar os mortos, do que pensar e realizar medidas que evitassem que estes mesmos viessem a morrer.




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