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CAMPANHA ELEITORAL 2014 | Derrotas jurídicas para o governador Fernando Pimentel

Flavia ValleProfessora, Minas Gerais

quinta-feira 3 de março de 2016 | 00:00

Fazendo cortes devido à crise orçamentária, como com o parcelamento do salário para funcionários públicos que recebem acima de 3 mil reais, enlameado por suas relações com as mineradoras após a tragédia de Mariana, enfrentando mais um desgaste com a categoria de professores com o não cumprimento do ao redor do piso salarial, o governador Pimentel agora sofre mais um revés na justiça eleitoral referente às contas da campanha eleitoral de 2014 e tornou-se réu em ação civil por improbidade administrativa.

A volta da maré jurídica ruim para o governador mineiro voltou no dia 25 de fevereiro, quando teve suas contas da campanha eleitoral de 2014 reprovadas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Logo em seguida, no primeiro dia de março, em mais uma derrota jurídica para o governador, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais), declarou que os documentos da Operação Acrônimo da Polícia Federal poderiam ser usados no processo que pede a cassação da chapa eleitoral de Fernando Pimentel, por 4 votos a 2 dos juízes deste tribunal.

Além da operação Acrônimo, o governador mineiro ainda responde como réu em uma ação civil por improbidade administrativa relativa à contratação de câmeras de vigilância no programa Olho Vivo durante sua gestão na prefeitura da capital mineira, Belo Horizonte.

A operação Acrônimo teve início em outubro de 2014 quando foram apreendidos 113 mil reais com três pessoas em uma aeronave no aeroporto Juscelino Kubstchek, em Brasília. As três pessoas estariam envolvidas com a campanha de Fernando Pimentel para as eleições do governo de Minas Gerais em 2014. Eram Marcier Trombiere Moreira, que trabalhou na campanha do governador eleito, o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, dono de uma gráfica que também prestou serviço para Pimentel, e um Pedro Medeiros, apontado como laranja de Benedito.

A primeira fase da operação, em maio de 2015, fez buscas de apreensão no apartamento de Carolina de Oliveira, esposa de Fernando Pimentel. Na segunda fase, em junho, a Polícia Federal apreendeu materiais em um escritório onde funcionou o comitê da campanha de Pimentel, no bairro Serra, na capital. A terceira fase, em outubro, envolveu o diretor presidente da CEMIG, intimado na condição de investigado e liberado logo em seguida. E em dezembro de 2015 teve início a quarta fase da operação Acrônimo, investigando irregularidades em contratos com o governo federal em suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de sobre preço e inexecução de contratos desde 2005, que teriam financiado indevidamente campanhas eleitorais petistas, entre essas a de Fernando Pimentel.

O revés jurídico de Fernando Pimentel acontece em meio ao giro a direita do governo petista que encaminha junto a setores da oposição de direita, como José Serra a venda do pré-sal e a lei anti terrorismo, e à preparação por setores da oposição de direita de mais um ato pelo impeachment, que se efetivado traria consigo um grande ataque aos trabalhadores e ao povo. Assim, para a oposição de direita, o seguimento das investigações sobre Pimentel por via da Polícia Federal é uma via de buscar deixar cartas na manga contra mais um nome forte do governo petista, ligado a Dilma.

Para os trabalhadores, a investigação sobre Pimentel só escancara ainda mais a corrupção na qual estão submersos o PT e os partidos da oposição de direita. Enquanto isso é a população e os trabalhadores quem são as principais vítimas da falta de investimento nos serviços públicos como saúde e educação e de uma série histórica de governos petistas ou tucanos em Minas Gerais que sempre favoreceram as mineradoras à revelia dos interesses da população, tendo suas candidaturas financiadas pelas que hoje são responsáveis pela maior tragédia ambiental do país: Vale e Samarco.




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